Hifema traumático: seguimento de um ano
Traumatic hyphema: one-year follow-up

Arq. bras. oftalmol; 67 (1), 2004
Publication year: 2004

OBJETIVO:

Analisar retrospectivamente a evolução de pacientes portadores de hifema decorrente de trauma ocular contuso quanto à acuidade visual inicial e final, aumento da pressão intra-ocular, ocorrência de ressangramento, tempo de absorção do coágulo, e necessidade de cirurgia.

MÉTODOS:

Foram avaliados 54 pacientes com idade superior a 15 anos, com diagnóstico de traumatismo ocular fechado, assistidos no Pronto Socorro de Oftalmologia do Hospital São Paulo, no período de dezembro de 2000 a janeiro de 2002.

O hifema foi classificado em cinco subgrupos:

microscópico; grau I; grau II; grau III e grau IV (hifema total). Os pacientes foram divididos em dois grupos, de acordo com o comprometimento ou não do segmento posterior, para comparação dos dados pelo teste de Mann-Whitney e o teste exato de Fisher. A acuidade visual final foi avaliada por meio de regressão linear múltipla.

RESULTADOS:

Noventa e um por cento dos pacientes eram do sexo masculino, com idade média de 32 anos. Na admissão, 37 por cento dos pacientes apresentaram PIO superior a 24 mmHg. O ressangramento ocorreu em 8 por cento deles. Durante a evolução, seis pacientes necessitaram de intervenção cirúrgica. No grupo I (sem lesões de segmento posterior) houve melhora estatisticamente significante da AV (p<0,001), o que não foi observado no grupo II (p=0,4772).

CONCLUSAO:

A classificação do hifema permite avaliação da gravidade da lesão, prognóstico e conduta. A baixa de visão persistente correlacionou-se principalmente ao comprometimento do seguimento posterior e à acuidade visual na admissão. O sucesso do tratamento depende da identificação dos fatores de risco, medicação apropriada e indicação cirúrgica precisa.

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