Rev. AMRIGS; 48 (2), 2004
Publication year: 2004
Objetivo:
O objetivo deste trabalho é o de relatar a experiência de um programa de
internação domiciliar existente na rede pública de saúde do município de Santa Maria (Rio
Grande do Sul).
Método:
Consiste em um estudo descritivo transversal retrospectivo. Foram coletados
dados dos pacientes atendidos pelo serviço de internação domiciliar do hospital público de
Santa Maria (RS) no primeiro semestre de 2002, descrevendo-se suas características (idade,
sexo, patologia, evolução, número de visitas).
Resultados:
No primeiro semestre do 2002, 107 pacientes da Casa de Saúde de Santa Maria
foram atendidos pelo serviço de internação domiciliária. A maioria eram adultos (93,5%) e somente
6,5% tinham idade inferior a 15 anos. O paciente com menor idade apresentava 5 meses,
enquanto que o mais idoso tinha 92 anos. A média de idade de todos os pacientes foi de 60 anos
e 50,5% dos pacientes eram idosos (acima de 65 anos). Cada paciente recebeu cerca de 3 a 4
visitas em um período de 20 dias de acompanhamento domiciliário. Entre os motivos de internação,
as principais patologias foram infecção respiratória (35,5%), complicações de neoplasia (12%),
complicações de acidente vascular cerebral (11%), cardiopatias (9%), infecções urinárias (9%) e
infecções cutâneas (6,5%). Quanto à evolução clínica observada, 59% dos pacientes receberam
alta do programa com melhora do quadro, 28% faleceram, 7% tiveram seu quadro clínico inalterado
e 6% foram encaminhados a outras instituições. Houve uma correlação positiva entre a idade
dos pacientes e os óbitos (r = 0,63; p<0,05). Não se encontrou correlação entre a idade e o tempo
de acompanhamento pelo serviço de internação domiciliária.
Conclusão:
Pelos dados obtidos, observa-se que grande parte da população beneficiada
pelo serviço de internação domiciliária de Santa Maria (RS) constitui-se de idosos com doenças
crônicas, que acarretam retornos freqüentes ao hospital devido a descompensações clínicas.
O serviço de internação domiciliária contribui com a diminuição do tempo de permanência
no ambiente hospitalar e possibilita a recuperação clínica do paciente na própria residência (AU)
Objective:
This work aims to report an experience of a domiciliary care program which
takes place in the public health system in the city of Santa Maria, Rio Grande do Sul.
Method:
It consists of a retrospective transversal descriptive study. Data from patients assisted
by the home care service of a public hospital of Santa Maria (RS) were gathered in the first
semester of 2002, outlining their features (age, sex, pathology, evolution, number of visits).
Results:
In the first semester of 2002, 107 patients of Casa de Saúde in Santa Maria
were assisted by the home care service. Most of them were adults (93,5%) and only 6,5%
were under 15 years old. The youngest patient was 5 months of age whereas the oldest one
was 92. The average age of all patients was 60 years old and 50,5% of them were elderly
(over 65 years old). Each patient was visited about 3 or 4 times in a period of 20 days of
home assistance. Among the reasons for domiciliary care, the main pathologies were respiratory
diseases (35,5%), complications of neoplasia (12%), complications of cerebral vascular
accidents (11%), cardiopathies 99%), urinary infections (9%) and cutaneous infections
(6,5%). As to the clinical evolution observed, 59% of the patients were discharged from
the program after having recovered, 28% of them passed on, 7% had no alteration to their
clinical picture and 6% were led to other institutions. There was a positive correlation between
the patients’ age and the deaths (r=0,63; p<0,05). There was no correlation between
age and time of being assisted by the home care service.
Conclusions:
According to the data obtained, it is noticed that great part of the population
benefited by the home care service in Santa Maria (RS) consists of elderly people having
chronic diseases which require frequent returns to the hospital due to clinical decompensation.
The service of domiciliary care contributes to the shortening of hospital stays and makes
the patient’ s clinical rehabilitation possible in his own residence (AU)