Arq. bras. oftalmol; 67 (2), 2004
Publication year: 2004
OBJETIVO:
Estudar a catarata pediátrica pós-trauma, com relação ao tipo de trauma, o tempo decorrido entre este e a cirurgia e a correlação entre a acuidade visual obtida com o tratamento realizado. MÉTODOS:
Estudo retrospectivo de pacientes atendidos no serviço de Catarata Congênita da Universidade Federal de São Paulo, no período de agosto de 1988 a dezembro de 2001, com diagnóstico de catarata pediátrica pós-trauma. RESULTADOS:
Foram revisados 66 prontuários de pacientes com diagnóstico de catarata pediátrica após trauma, correspondendo a uma incidência de 4,80 por cento do total de casos atendidos no serviço. Com relação ao sexo, 47 (71,22 por cento) eram do sexo masculino e 19 (28,78 por cento) do sexo feminino. Do total de casos de trauma, 35 (53,03 por cento) foram contusos, 21 (31,82 por cento) penetrantes e 10 (15,15 por cento) não classificados. O tempo médio decorrido entre o trauma e a cirurgia foi de 7 anos e seis meses. As principais complicações pós-operatórias descritas foram seqüelas de uveítes em 13 pacientes (21,12 por cento) e opacificação de cápsula posterior em 10 (15,15 por cento). Em 30 olhos foi possível obtermos as acuidades visuais inicial e final; deste total, 1 olho (3,33 por cento) possuía AV inicial superior ou igual a 20/60 com melhor correção e 12 (40 por cento) olhos AV final superior ou igual a 20/60 com melhor correção. Os pacientes foram acompanhados em média por 2 anos. CONCLUSAO:
A melhora da acuidade visual foi estatisticamen-te significante (teste de Wilcoxon p<0,001), sendo mais intensa nos olhos submetidos a tratamento cirúrgico (p<000,1) do que nos olhos submetidos a tratamento clínico (p=0,043).