Arq. bras. oftalmol; 67 (2), 2004
Publication year: 2004
OBJETIVO:
Constatar a presença do azul de Evans na córnea normal estipulando o período de tempo de concentração máxima do corante após inoculação endovenosa e estudar a permeabilidade vascular em modelo animal da inflamação corneal induzida por queimadura química por meio de injeção de azul de Evans. MÉTODOS:
Cinquenta coelhos foram divididos em 3 grupos: Grupo I (25 animais): injetou-se 20 mg/kg de azul de Evans e os animais foram sacrificados após 8, 10, 12, 14 e 16 horas. Retirou-se a córnea e quantificou-se o corante por meio de micrométodo espectrofotométrico. Grupo II:
em 15 animais injetou-se o corante e, após 10 horas, fragmentou-se centralmente o tecido com trépanos de 6, 8 e 10 mm. Procedeu-se à extração do azul de Evans da mesma forma que no grupo I. Grupo III:
induziu-se queimadura na córnea do olho direito de 10 animais com NaOH a 1 N. Cinco dias após o procedimento, os animais foram sacrificados, sendo que, 10 horas antes do sacrifício, foi inoculado o azul de Evans para que posteriormente se pudesse quantificá-lo. A córnea esquerda serviu como controle. RESULTADOS:
No grupo I, a média da concentração do azul de Evans às 10 h. foi de 15,28 ± 0,09 mg/mg. No grupo II, as médias das concentrações do corante foram: 6 mm: 0,93 ± 0,01mg/mg; 8 mm: 1,20 ± 0,06 mg/mg; 10 mm: 1,32 ± 0,05 mg/mg. No grupo III, as médias das concentrações do azul de Evans foram: olho direito (queimadura): 23,74 ± 2,64 mg/mg e olho esquerdo (controle): 16,71 ± 2,04 mg/mg. CONCLUSÕES:
Quantificou-se o azul de Evans pela primeira vez na córnea de coelhos e constatou-se que, após 10 horas de inoculação endovenosa, o corante atingiu seu pico de concentração no tecido. Concluiu-se que o azul de Evans serve como bom método de quantificação da permeabilidade vascular alterada na córnea de coelhos.