GED gastroenterol. endosc. dig; 36 (3), 2017
Publication year: 2017
Introdução:
a endoscopia digestiva alta possui papel importante na avaliação dos pacientes submetidos à fundoplicatura, especialmente na elucidação de sintomas pós-operatórios. No entanto, é pouco padronizada e sua descrição apresenta baixa concordância entre os endoscopistas. Objetivos:
padronizar a avaliação endoscópica das FPLs, identificar a frequência de anormalidades pós-operatórias e correlacionar os achados clínicos com os achados endoscópicos. Métodos:
estudo prospectivo observacional, incluindo todos os pacientes submetidos à FPL, que realizaram endoscopia digestiva alta no Hospital Alemão Oswaldo Cruz no período de setembro entre 2014 e julho de 2015. Os pacientes foram submetidos a um questionário para coleta de dados e, a seguir, foi realizada classificação endoscópica das FPLs de acordo com os seguintes parâmetros: situação da TEG na visão frontal (sob zona de pressão, acima da zona de pressão ou deslizada); situação da FPL na retrovisão (intra-abdominal parcialmente ou totalmente migrada); conformação da FPL (total, parcial, desgarrada ou torcida) e hérnia paraesofágica (presente ou ausente). Resultados:
foram avaliados 100 pacientes submetidos à FPL, 51% do sexo masculino, com idade média de 55,6 anos. Quarenta e três por cento (43%) referiam algum sintoma pós-operatório (regurgitação, azia, refluxo, tosse etc) e 46% apresentaram alguma anormalidade endoscópica da cirurgia. A TEG fora da zona de pressão da válvula e fundoplicatura migrada estiveram significativamente correlacionadas com a ocorrência de sintomas pós-operatórios (p < 0,001 em ambos os casos). Não houve correlação entre sintomatologia e a confirmação da fundoplicatura (se total, parcial ou desgarrada; p=0,19). Conclusão:
a avaliação e a classificação endoscópica da fundoplicatura são reprodutíveis e parecem ser um bom preditor da ocorrência de sintomas. TEG acima da zona de pressão da válvula e fundoplicatura migrada estiveram correlacionadas com a recidiva dos sintomas.
Introduction:
upper gastrointestinal endoscopy plays an important role in the evaluation of patients submitted to fundoplication, especially in the elucidation of postoperative symptoms. However, it is not well standardized and its description presents low agreement among the endoscopists. Objectives:
to standardize endoscopic evaluation of FPLs, identify the frequency of postoperative abnormalities and correlate clinical findings with endoscopic findings. Methods:
this was a prospective observational study, including all patients undergoing FPL, who underwent upper digestive endoscopy at the Alemão Oswaldo Cruz Hospital from September 2014 to July 2015. Patients were submitted to a questionnaire and then, Endoscopic classification of FPLs was performed according to the following parameters: TEG situation in frontal view (under pressure zone, above pressure zone or slipped fundoplication); FPL status in retrovision (intra-abdominal partially or totally migrated); Conformation of the FPL (total, partial, disrupted or twisted) and paraesophageal hernia (presentor absent). Results:
we evaluated 100 patients submitted to FPL, 51% male, mean age of 55.6 years. Forty-three percent reported some postoperative symptoms (regurgitation, heartburn, reflux, cough, etc.) and 46% had some endoscopic surgery abnormality. TEG outside the pressure zone, and migrated fundoplication, were significantly correlated with the occurrence of postoperative symptoms (p <0.001 in both cases). There was no correlation between symptomatology and fundoplication conformation (if total, partial or twited, p= 0.19). Conclusion:
the evaluation and endoscopic classification of fundoplication is reproductible and seems to be a good predictor of the occurrence of symptoms. TEG above the pressure zone and migrated fundoplication were correlated with relapse of the symptoms.