Rev. AMRIGS; 48 (1), 2004
Publication year: 2004
Objetivo:
Apesar das vantagens da anestesia local para o reparo de hérnias inguinais
já estarem bem estabelecidas, a técnica anestésica mais utilizada em nosso meio é a raquidiana.
O objetivo deste estudo é investigar os benefícios do emprego da anestesia local
nas herniorrafias inguinais, comparando aspectos relacionados a dor, consumo de analgésicos, encargos hospitalares e satisfação do paciente.
Métodos:
Foram analisados prospectivamente 105 pacientes submetidos a herniorrafias
inguinais eletivas no período de janeiro a outubro de 2002, no Complexo Hospitalar
Santa Casa de Porto Alegre. Quatorze pacientes foram excluídos. A amostra final foi dividida
em dois grupos:
um submetido à anestesia raquidiana (69 pacientes) e o outro à
anestesia local com sedação endovenosa (22 pacientes).
Resultados:
O grupo da anestesia local teve maior incidência de dor no transoperatório (p<0,05). No entanto, durante a internação hospitalar este grupo apresentou menor
incidência e intensidade de dor (p<0,05), consumindo quantidades semelhantes de analgésicos
(p>0,05). Além disso, encontramos no grupo da anestesia local menor tempo de
permanência na sala de recuperação (p<0,05) e custos anestésicos 62,45% menores em
cada procedimento. A dor no transoperatório, na anestesia local, não prejudicou a satisfação
do paciente em relação à técnica anestésica (p>0,05).
Conclusões:
A anestesia local com sedação mostrou-se adequada para ser utilizada
nas herniorrafias inguinais primárias. Ela apresentou vantagens em relação à anestesia
raquidiana:
menor intensidade de dor, menor tempo de recuperação anestésica e menores
custos hospitalares (AU)
Background:
Advantages of local anesthesia for inguinal hernia repair are well
established. Even though, the spinal anesthetic technique is still the routine in our
hospitals. The objective of this study is to compare the use of local and spinal anesthetic
techniques for inguinal herniorraphies. We evaluated the repercussion of these
anesthetic techniques in pain, use of analgesic medications, hospital discharges and
satisfaction with the procedure.
Methods:
One hundred and five patients who underwent elective inguinal herniorraphy
between January and October, 2002, were prospectively analyzed. Fourteen patients
were excluded. The amount of patients was divided in two groups:
spinal anesthesia (69
patients) and local anesthesia with sedation (22 patients).
Results:
Local anesthesia group presented greater pain incidence during the transoperative
period (p<0.05). Despite this, while in hospital, these patients referred minor
incidence and intensity of pain (p<0.05), with comparable consuming of analgesics
(p>0.05). Besides, the local anesthesia group had a minor anesthesia recovery time
(p<0.05) and an expense of 62,45% minor in each procedure. Pain related in the local
anesthesia group during the surgery did not influence the grade of satisfaction with the
procedure (p>0.05).
Conclusions:
Local anesthesia with sedation is an adequate anesthetic technique to
be used in primary inguinal herniorraphies. It showed advantages over spinal anesthesia:
lower incidence and intensity of pain during hospital staying, shorter anesthesia
recovery time and minor hospitals expenses (AU)