Rev. Bras. Med. Fam. Comunidade (Online); 9 (31), 2014
Publication year: 2014
Objetivo:
este estudo buscou analisar a percepção masculina de violência a partir da sua compreensão de atos violentos. Métodos:
trata-se de um estudo transversal, descritivo e exploratório no qual foram entrevistados 600 homens, entre 18 e 59 anos, pacientes ou acompanhantes de pacientes de um pronto atendimento de referência para a Estratégia Saúde da Família, de um pronto-socorro e de um ambulatório de especialidades do Departamento Regional de Saúde de Marília-SP. A coleta de dados ocorreu por meio de um questionário estruturado a respeito de identificação e de julgamento sobre atos violentos. Resultados:
agressão à criança com arma de fogo, gritar e bater em criança foram caracterizados pelos homens entrevistados como atos extremamente violentos. Atos de agressão física como:
socos, ameaças e tapas, foram considerados como muito violentos. Situações de média violência foram discussões entre casais, cenas de empurrão, homem segurando mulher pelos cabelos e mulher que chuta um homem. Atitudes consideradas como pouco violentas foram quando a mulher é autora de violência psicológica no casal. Conclusão:
identificou-se um processo de naturalização de ações violentas pela ótica dos homens, o que requer um debate coletivo, tanto no setor de saúde quanto na sociedade em geral, para que ocorram soluções coletivas para o enfrentamento da violência enquanto problema de saúde pública.
Objective:
This study sought to analyse males’ perception on violence based on their own understanding of violent acts. Methods:
This is a cross-sectional, descriptive, exploratory study in which 600 men, patients or companions of patients, from 18 to 59 years old, were interviewed in a reference emergency service for the Family Health Strategy and in a specialty clinic of the Regional Health Department in the municipality of Marília, São Paulo state. Data collection occurred through a structured questionnaire regarding identification and judgment of violent acts. Results:
Aggression towards a child by means of a fire gun, shouting and beating, were characterized by male respondents as extremely violent acts. Acts of physical aggression such as punches, threats and slaps were considered violent as well. Arguments between couples, scenes of pushing, man holding woman by the hair, and woman kicking men were considered acts of mild violence. Female psychological violence was regarded as little violent attitude. Conclusion:
It was possible to identify a process of naturalization of violent actions from the perspective of men, which requires extensive debate both, in the health sector and in society in general, in order to achieve collective solutions to violence as a public health issue.
Objetivo:
este estudio tuvo como objetivo analizar la percepción masculina de la violencia a través de su comprensión de los actos violentos. Métodos:
se trata de un estudio transversal, descriptivo y exploratorio, donde se entrevistaron a 600 hombres entre 18 y 59 años, pacientes o acompañantes de pacientes, en un servicio de emergencia para la Estrategia de Salud Familiar y un servicio de urgencias de un ambulatorio de especialidades del Departamento Regional de Salud de Marília-SP. Los datos se recogieron utilizando un cuestionario estructurado con respecto a la clasificación y evaluación de los actos violentos. Resultados:
la agresión al niño usando arma de fuego, así como los gritos y golpes, se caracterizaron como actos de extrema violencia por los hombres encuestados. Los actos de agresión física tales como golpes, amenazas y bofetadas se consideraron demasiado violentos. Las discusiones entre parejas, empujones, hombre agarrando a la mujer por el pelo y la mujer pateando al hombre, se consideraron situaciones de violencia moderada. Las actitudes consideradas como poco violentas fueron aquellas en que la mujer practicaba la violencia psicológica en su pareja. Conclusión:
se identificó un proceso de naturalización de las acciones violentas desde la perspectiva de los hombres, lo que requiere un amplio debate, tanto en el sector de la salud como en la sociedad en general, para conseguir soluciones colectivas para el enfrentamiento de la violencia como un problema de salud pública.