Anticoagulação no paciente oncologico
Anticoagulation in the oncologic patient
Rev. Soc. Cardiol. Estado de Säo Paulo; 27 (4), 2017
Publication year: 2017
A doença neoplásica associa-se a um aumento da incidência de eventos tromboembólicos.
Os fatores associados a esses fenômenos englobam não apenas o estado
pró-trombótico associado ao câncer, mas também os efeitos colaterais dos quimioterápicos,
além da imobilidade associada a algumas situações, como intervenções
cirúrgicas, por exemplo. De acordo com a American Cancer Society (ACS), que desenvolveu
a mais recente diretriz sobre profilaxia e tratamento da TVP em pacientes oncológicos,
somando os fatores de risco já existentes aos fatores intrínsecos dos pacientes
oncológicos, esses pacientes são, quase sempre, classificados como de alto risco.
A simplicidade de administração oral sem necessidade de monitorização laboratorial torna
os novos anticoagulantes orais uma alternativa atrativa para a prevenção e o manejo de
eventos tromboembólicos em pacientes oncológicos. Subgrupos de estudos maiores
demonstram a eficácia e segurança dessa classe de fármacos nesse grupo de pacientes,
porém, mais estudos estão sendo conduzidos, a fim de responder com mais clareza a
esta questão. O estado pró-trombótico promovido pela doença neoplásica acarreta maior
risco de fenômenos embólicos em pacientes oncológicos com fibrilação atrial (FA). Não
existem recomendações específicas para terapia antitrombótica para pacientes com FA
e câncer. Não há evidência que essa população apresente risco aumentado de acidente
vascular cerebral embólico em comparação com os pacientes com FA sem neoplasia
associada. Os pacientes portadores de FA e câncer concomitantemente são mais idosos
do que os pacientes portadores apenas de FA. Ainda existem muitas controvérsias com
relação à anticoagulação no paciente oncológico. Novos estudos com foco nessa temá-
tica contribuirão muito para o manejo mais homogêneo e embasado nessa população
Neoplastic disease is associated with an increase in the incidence of thromboembolic
events. Factors associated with these phenomena include not only the prothrombotic state
associated with cancer, but also the side effects of chemotherapy, and the immobility associated
with certain situations, such as surgical interventions. According to the American
Cancer Society (ACS), which produced the latest guidelines on prophylaxis and treatment
of DVT in cancer patients, adding the existing risk factors to the intrinsic factors of cancer
patients, these patients are almost always classified as high risk. The simplicity of oral administration,
without the need for laboratory monitoring, makes the new oral anticoagulants
an attractive alternative in the prevention and management of thromboembolic events in
cancer patients. Subgroups of larger studies demonstrate the efficacy and safety of this
class of drugs in this group of patients. However, further studies are being conducted in
order to answer this question more clearly. The prothrombotic state promoted by the neoplastic
disease presents a higher risk of embolic phenomena in cancer patients with atrial
fibrillation (AF). There are no specific recommendations for antithrombotic therapy in patients
with AF and cancer. There is no evidence that this population presents an increased risk of
embolic cerebrovascular event compared to patients with AF without associated neoplasia.
It is known that cancer patients with concomitant cancer and AF are older than non-cancer
patients. There is still much controversy regarding anticoagulation in cancer patients. New
studies focusing on this theme will contribute to a more homogeneous and grounded
management of this population
Neoplasias/complicaciones, Inhibidores de Factor de Coagulación Sanguínea, Factores de Coagulación Sanguínea, Trastornos de las Proteínas de Coagulación, Fibrilación Atrial, Trombosis de la Vena/terapia, Hemorragia/complicaciones, Anticoagulantes/uso terapéutico, Factores de Riesgo, Cardiología, Hospitalización, Periodo Posoperatorio