Métodos diagnósticos em cardio-oncologia
Diagnostc methods in cardio-oncology
Rev. Soc. Cardiol. Estado de Säo Paulo; 27 (4), 2017
Publication year: 2017
As complicações cardiovasculares relacionadas com o tratamento contra o câncer
têm grande impacto na morbidade e mortalidade desta população em questão. O reconhecimento
precoce da cardiotoxicidade e o início de cardioproteção são fundamentais
para melhor prognóstico desses pacientes. Os critérios para definir e monitorar a presença
de toxicidade cardíaca relacionada com o tratamento contra o câncer incluem
parâmetros clínicos, laboratoriais e métodos de diagnóstico por imagem. Sinais e sintomas
clínicos, apesar de importantes, ocorrem tardiamente. O uso de biomarcadores
cardíacos, em especial a troponina I, pode ser considerado para a detecção precoce
de cardiotoxicidade. Entre os principais métodos de diagnóstico por imagem, o ecocardiograma
tem sido a opção mais utilizada. O principal parâmetro ecocardiográfico
envolvido ainda é a fração de ejeção do ventrículo esquerdo que, apesar de importante
fator prognóstico, frequentemente falha na detecção precoce de cardiotoxicidade. Nesse
contexto, a análise da deformação miocárdica pelo speckle tracking bidimensional tem
demonstrado importante papel no diagnóstico precoce e subclínico de cardiotoxicidade.
A avaliação da função sistólica do ventrículo esquerdo por meio da medicina nuclear é
altamente reprodutível e especialmente útil em pacientes com definição ecocardiográ-
fica inadequada. Esse método apresenta, entretanto, desvantagens como a exposição
do paciente à radioatividade e a limitação na identificação de outras anormalidades
cardíacas estruturais associadas. A ressonância magnética cardíaca é considerada o
método padrão de referência para a avaliação dos volumes, massa e fração de ejeção
do ventrículo esquerdo, sendo ferramenta muito útil nos pacientes em tratamento quimioterápico,
especialmente ao incluir o estudo de realce tardio. Entretanto, essa técnica
tem baixa disponibilidade e alto custo
The cardiovascular complications related to cancer treatment have an important impact
on the morbidity and mortality of this population in question. Early recognition of cardiotoxicity
and the start of cardioprotection are fundamental for the best prognosis of these
patients. The criteria for defining and monitoring the presence of cardiotoxicity related to
cancer treatment involve clinical parameters, laboratory indices, and diagnostic imaging
methods. Although important, the clinical signs and symptoms occur later. The use of cardiac
biomarkers, especially troponin I, may be considered for early detection of cardiotoxicity.
Among the main diagnostic imaging methods, echocardiography has been the most widely
used option. The main echocardiographic parameter involved is still left ventricular ejection
fraction, which, although an important prognostic factor, frequently failed to detect early
cardiotoxicity. In this context, evaluation of myocardial deformation by two-dimensional
speckle tracking echocardiography has demonstrated an important role in the early and
subclinical diagnosis of cardiotoxicity. Evaluation of left ventricular systolic function through
nuclear medicine is highly reproducible, and is especially useful in patients with inadequate
echocardiographic image. However, this method has disadvantages, such as exposure of
the patient to radioactivity, and is limited in the identification of other associated structural
cardiac abnormalities. Cardiac magnetic resonance is considered the gold standard for
evaluating volumes, mass, and left ventricular ejection fraction, and is a very useful method
in patients undergoing chemotherapy, especially as it includes the study of the late enhancement.
However, this technique has low availability and high cost
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