Sci. med. (Porto Alegre, Online); 28 (1), 2018
Publication year: 2018
OBJETIVOS:
Avaliar a retenção do conhecimento teórico e as habilidades assimiladas por profissionais da atenção primária em saúde em treinamento de ressuscitação cardiopulmonar.
MÉTODOS:
Estudo quantitativo, com participantes dos treinamentos sobre parada cardiorrespiratória realizados entre agosto de 2013 e julho de 2014. Para avaliação da retenção do conhecimento, foi reaplicado, após um ano, o mesmo teste de múltipla escolha sobre o conteúdo da capacitação, que havia sido aplicado imediatamente após o treinamento citado. As médias dos dois testes foram comparadas por meio do teste de Wilcoxon, com nível de significância de 5%. A habilidade assimilada foi avaliada por meio da ferramenta Objective Structured Clinical Examination, composta por quatro estações práticas com diferentes ações e duração máxima de oito minutos cada, de acordo com os objetivos a serem cumpridos pelos examinandos. Estação 1:
sequência correta da ressuscitação cardiopulmonar no adulto; estação 2: realização eficaz das compressões torácicas no adulto; estação 3: uso correto do desfibrilador externo automático no adulto; estação 4: desobstrução eficaz da via aérea em um bebê. A soma das pontuações por estação correspondeu a dez pontos.
RESULTADOS:
Entre os 89 profissionais que compuseram a casuística a maioria era do gênero feminino (87,6%) e a média de idade foi 37,3±9,9. Quarenta e oito (53,9%) eram atuantes como agentes comunitários de saúde. Na análise da retenção do conhecimento, observou-se queda do número médio de acertos comparando a média imediatamente após o treinamento (9,5±0,9) e um ano após (7,5±1,7) (p<0,001). Em relação à habilidade assimilada, as melhores médias finais obtidas pelos examinandos foram identificadas nas estações 2 (7,3±1,7) e 3 (7,3±1,6), seguidas da estação 1 (6,2±2,0). Na estação sobre desobstrução da via aérea do bebê, os profissionais apresentaram baixo desempenho (média final 3,2±1,8).
CONCLUSÕES:
A retenção do conhecimento teórico sobre ressuscitação cardiopulmonar pôde ser considerada parcialmente satisfatória, com diminuição um ano após o treinamento. Quanto à habilidade, os profissionais apresentaram bom desempenho nas estações práticas, com exceção dos cuidados relacionados à desobstrução da via aérea do bebê.
AIMS:
To assess the theoretical knowledge retention and skills assimilation by primary health care professionals in cardiopulmonary resuscitation training.
METHODS:
Quantitative study involving participants in cardiorespiratory arrest training, held between August 2013 and July 2014. To assess the knowledge retention after one year, the same multiple-choice test on the training content that had been applied immediately after the training was reapplied. The averages of the two test scores were compared by means of the Wilcoxon test, significance being set at 5%. Skill assimilation was assessed using the Objective Structured Clinical Examination tool, which consists of four practical stations with different actions and a maximum length of eight minutes each, according to the objectives the students are expected to achieve. Station 1:
correct sequence of cardiopulmonary resuscitation in adults; station 2: effective practice of chest compressions in adults; station 3: correct use of automated external defibrillator in adults; station 4: effective clearance of infant airway. The total score per workstation was ten points.
RESULTS:
Most of the 89 professionals in the sample were female (87.6%), with an average age of 37.3±9.9. Forty-eight professionals (53.9%) worked as community health agents. In the knowledge retention analysis, the mean number of right answers dropped when comparing the averages immediately after training (9.5±0.9) and one year later (7.5±1.7) (p<0.001). In the skills assimilation, the students’ best final averages were identified in stations 2 (7.3±1.7) and 3 (7.3±1.6), followed by station 1 (6.2±2.0). In the station about infant airway clearance, the professionals’ performance was low (final average 3.2±1.8).
CONCLUSIONS:
The theoretical knowledge retention on cardiopulmonary resuscitation could be considered partially satisfactory, with an observed drop one year after the training. Concerning the skills, the professionals performed well in the practical stations, except for the care related to infant airway clearance.