Sintomas somatoformes em medicina de família: um estudo descritivo da incidência e evolução em uma unidade de saúde familiar de Portugal
Somatoform symptoms in family medicine: a descriptive study of incidence and outcome in a family health center in Portugal
Síntomas somatomorfos en medicina familiar: un estudio descriptivo de la incidencia y evolución en un centro de salud familiar de Portugal

Rev. Bras. Med. Fam. Comunidade (Online); 8 (28), 2013
Publication year: 2013

Objetivo:

O presente estudo objetivou avaliar a proporção de pacientes com queixas físicas, sem explicação orgânica, que foram identificados pelos médicos de família de uma unidade prestadora de cuidados de saúde primários de uma zona urbana de Portugal. Além disso, pretendeu-se avaliar a evolução deste tipo de queixas após 6 meses de observação.

Métodos:

Durante uma semana, oito médicos de família identificaram os pacientes que consultaram e que apresentaram queixas físicas para as quais não previam uma justificativa orgânica. Seis meses depois, os pacientes foram avaliados quanto à evolução dos seus sintomas.

Resultados:

Em 864 consultas, 73 (8%) pacientes apresentaram queixas físicas para as quais não havia previsão de explicação orgânica. Estes tinham maior probabilidade de terem depressão, ansiedade e síndrome do cólon irritável. Depois de 6 meses, apenas em 3 pacientes, foi identificada uma doença orgânica e 21 (33%) mantiveram-se com sintomas inalterados ou agravados.

Conclusões:

Os pacientes com sintomas físicos sem doença orgânica são frequentes nas consultas de medicina familiar. A maioria evolui para a remissão completa e o clínico tem uma pequena probabilidade de omitir um diagnóstico orgânic

Objective:

This study aimed to estimate the proportion of patients with physical complaints, not attributable to organic causes, presented to family physicians working in an urban Portuguese primary care center and to evaluate the outcome of these clinical cases after 6 months of observation.

Methods:

For a week, eight family physicians were asked to identify consulting patients whose physical complaints did not seem to have organic causes. These patients were re-evaluated six months later to determine the outcome of their symptoms.

Results:

The eight physicians conducted 864 appointments during the study period and identified 73 patients (8%) with physical complaints for which no organic explanation was found. These patients were more likely to suffer from depression, anxiety, headache, and irritable bowel syndrome. After six months of follow-up, an organic cause was identified in only three of these patients, while 21 out of 73 patients (33%) had persistent unexplained symptoms.

Conclusions:

Patients with unexplained physical symptoms are frequently encountered in family practice. Most symptons resolve completely and clinicians have a small probability of missing a significant organic diagnosis in these patients.

Objetivo:

El presente estudio buscó evaluar la proporción de pacientes con síntomas físicos sin explicación orgánica, identificados por los médicos de medicina familiar que trabajan en una unidad de atención primaria de la salud en una zona urbana de Portugal. Además se pretendió evaluar la evolución de este tipo de quejas después de 6 meses de observación.

Métodos:

Durante una semana, ocho médicos de medicina familiar identificaron los pacientes que refirieron problemas físicos para los cuales no se encontró justificativa orgánica. Seis meses después, los pacientes fueron evaluados con relación a la evolución de sus síntomas.

Resultados:

En 864 consultas, 73 (8%) eran pacientes con síntomas físicos para los que no se encontró explicación orgánica. Estos eran más propensos a tener depresión, ansiedad y síndrome de intestino irritable. Después de 6 meses, una enfermedad orgánica fue diagnosticada en sólo 3 pacientes y los síntomas se mantuvieron inalterados o sin agravarse en 21 pacientes (33%).

Conclusiones:

Los pacientes con síntomas físicos sin enfermedad orgánica son frecuentes en las consultas de medicina familiar. La mayor parte evoluciona hacia la remisión completa y el clínico tiene una pequeña probabilidad de omitir un diagnóstico orgánico.

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