Inclusão não-homofóbica: um diálogo entre estudantes de medicina e travestis
Non-homophobic inclusion: a dialogue between medicine students and transvestites

Rev. bras. med. fam. comunidade; 3 (10), 2007
Publication year: 2007

Trabalhar habilidades de comunicação com estudantes de Medicina tem sido um desafio constante e, mais ainda, tem sido lidar com questões relacionadas ao preconceito, à homofobia, à discriminação em serviços de saúde. Desde 2001, o Programa Saúde da Família Lapa, integrante do currículo do curso de Medicina da UNESA, tem enfrentado esse desafio, promovendo o encontro entre os estudantes e os travestis, a partir do foco na visita domiciliar, atividades de educação em saúde e atendimento ambulatorial. O objetivo é refletir sobre as habilidades de comunicação de estudantes de Medicina, a partir da inclusão dos travestis em serviços de Atenção Básica freqüentados por estes estudantes. Como metodologia, foram adotados: registro de observação direta; entrevistas com perguntas abertas com estudantes e travestis de uma área adscrita. Como resultado, tivemos melhor desempenho na comunicação dos estudantes diante de situações relacionadas à homofobia e ao acesso dos travestis aos serviços de saúde, garantindo integralidade, eqüidade e universalidade ao SUS de todos nós. Tanto os estudantes quanto os travestis desejam uma aproximação que estimule um encontro humanizado e inclusivo, colocando em questão velhos preconceitos valorizando formas de atendimento na sintonia do acolhimento.

Introduction:

Teaching communication skills to medical students is a constant challenge, mainly when it comes to issues such as prejudice, homophobia and discrimination in the health services. Since 2001, the Family Health Program Lapa, part of the curriculum of the medical course of UNESA, has faced this challenge by promoting a dialogue between medical students and transvestites in the course household visits, health education activities and outpatient care.

Objective:

Reflect about the communication skills of medical students providing basic health care services to transvestites.

Methodology:

Direct observation; interviews using open questions with students and transvestites of an area covered by the program.

Results:

Better communication of students in situations related to homophobia and to the access of transvestites to the health services, thus contributing to the integrality, equity and universality of the Unified Health System.

Conclusion:

Both students and transvestites want to reach a humanized and inclusive relationship, based on refuting old prejudice and valuing dialogue and healthcare delivery in a supportive environment.

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