Perfil nutricional de crianças portadoras do transtorno do espectro autista
Nutritional profile of children bearing autism spectrum disorder
Perfil nutricional de niños portadores de trastorno del espectro autista

Rev. bras. promoç. saúde (Online); 31 (1), 2018
Publication year: 2018

Objetivo:

Avaliar o estado nutricional e o consumo alimentar de crianças portadoras do transtorno do espectro autista (TEA).

Métodos:

O estudo teve abordagem de natureza quantitativa, descritiva, exploratória e transversal. Participaram 26 crianças, de 3 a 10 anos de idade, com diagnóstico do TEA, de ambos os sexos, atendidas no município de Limoeiro do Norte, Ceará. Os dados foram coletados através de entrevistas, ordenadas por um questionário sociodemográfico (idade, renda familiar, escolaridade dos participantes, tratamento psicofarmacológico, idade recebida do diagnóstico do TEA, classificação da CID-10 e histórico clínico); histórico nutricional; aplicação de 3 recordatórios de 24 horas; e medidas antropométricas (peso, altura, circunferência do braço e as dobras cutâneas tricipital e subescapular), com posterior cálculo do índice de massa corporal (IMC). Utilizou-se análise descritiva e as variáveis contínuas foram expressas em média ± desvio padrão e coeficiente de variação.

Resultados:

Das crianças avaliadas, 10 (38,5%) apresentaram sobrepeso (23,1%, n=6) e obesidade (15,38%, n=4) pelo IMC/I (Índice de Massa Corporal para Idade), bem como 10 crianças (38,5%) apresentaram risco de sobrepeso. O consumo de energia (EER) esteve acima do recomendado para 14 (53,85%) dos autistas. Identificou-se inadequação no consumo de vitamina A (77%, n=20), vitamina B6 (58%, n=15) e cálcio (50%, n=13).

Conclusão:

As crianças com o TEA demonstram elevados índices de sobrepeso, obesidade e elevada inadequação na ingestão de vitaminas e minerais.

Objective:

To evaluate the nutritional status and dietary intake of children bearing the autism spectrum disorder (ASD).

Methods:

The study had a quantitative, descriptive, exploratory and cross-sectional approach. Twenty-six children aged 3 to 10 years, with diagnosis of ASD, of both sexes, attended to in the city of Limoeiro do Norte, Ceará State, Brazil, participated in the study. Data was collected through interviews, guided by a socioeconomic questionnaire (age, family income, participants’ level of education, psychopharmacological treatment, age at diagnosis of ASD, ICD-10 coding, and clinical history); dietary history, application of three 24-hour recall, and anthropometric measurements (body weight, height, arm circumference and tricipital and subscapular skinfolds), with a subsequent calculation of the body mass index (BMI). Descriptive analysis was used and continuous variables were expressed as mean ± standard deviation and coefficient of variation.

Results:

Of the children evaluated, 10 (38.5%) were overweight (23.1%, n=6) or obese (15.38%, n=4) according to the BMI-for-age, and a further 10 children (38.5%) were at risk of overweight. The estimated energy requirement (EER) was above that recommended in 14 (53.85%) of the autistic patients. The intake of vitamins A (77%, n=20) and B6 (58%, n=15) and calcium intake (50%, n=13) were inadequate.

Conclusion:

Children with ASD evidence high overweight and obesity rates, and high inadequacy in vitamins and minerals intake.

Objetivo:

Evaluar el estado nutricional y el consumo de alimentos de niños portadores de trastorno del espectro autista (TEA).

Métodos:

Estudio de abordaje cuantitativo, descriptivo, exploratorio y transversal. Participaron 26 niños entre 3 y 10 años de edad, de ambos los sexos y con el diagnóstico de TEA que eran asistidos en el municipio de Limoeiro de Norte, Ceará. Se recogieron los datos a través de entrevistas ordenadas por un cuestionario sociodemográfico (edad, renta familiar, escolaridad de los participantes, tratamiento psicofarmacológico, edad que recibió el diagnóstico de TEA, clasificación de la CID-10 e historia clínica); el histórico nutricional; la aplicación de 3 recordatorios de 24 horas; y las medidas antropométricas (el peso, la altura, la circunferencia del brazo y los pliegues cutáneos tricipital y subescapular) con posterior cálculo del índice de masa corporal (IMC). Se utilizó el análisis descriptivo y las variables continuas se expresaron en media ± desviación típica y coeficiente de variación.

Resultados:

De entre los niños evaluados, 10 (38,5%) presentaron sobrepeso (23,1%, n=6) y obesidad (15,38%, n=4) a partir del IMC/E (Índice de Masa Corporal para la edad), así como 10 niños (38,5%) presentaron riesgo de sobrepeso. El consumo de energía (EER) estuvo por encima del recomendado para 14 (53,85%) de los autistas. Se identificó como inadecuado el consumo de vitamina A (77%, n=20), vitamina B6 (58%, n=15) y calcio (50%, n=13).

Conclusión:

Los niños con TEA han demostrado elevados índices de sobrepeso y obesidad e inadecuada ingesta de vitaminas y minerales.

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