Barreiras e facilitadores da adesão a um programa de educação em diabetes: a visão do usuário
Adherence barriers and facilitators to a diabetes education program: the user’s point of view

Rev. bras. ativ. fís. saúde; 22 (3), 2017
Publication year: 2017

Este estudo objetivou identificar barreiras e facilitadores da adesão a um programa para o tratamento da Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2). O Programa Doce Desafio (PDD) é contínuo, de base anual; regular, oferecido desde 2001; multidisciplinar, com exercícios físicos supervisionados, alimentação, autocuidado, uso de medicamentos e aspectos psicossociais; multiprofissional, com profissionais da farmácia, nutrição, educação física, medicina e enfermagem; multiestratégico, com palestras, debates, jogos, oficinas, discussões e práticas de exercício físico supervisionado; comunitário, incluindo a atenção básica; intersetorial, entre Universidade e Serviço; e realiza sessões de 120 minutos duas vezes por semana, em três locais do Distrito Federal. A pesquisa foi qualitativa, exploratória e baseada na técnica “roda de conversa”. Todos os 132 frequentadores do programa foram convidados e 55 sujeitos aceitaram participar da pesquisa. Cada unidade de atendimento sediou um encontro mediado pelo pesquisador, que utilizou roteiro semiestruturado para estabelecer um diálogo sobre as barreiras e facilitadores da adesão ao PDD. Todas as falas foram gravadas, transcritas e submetidas à análise de conteúdo.

Das falas emergiram seis facilitadores à adesão:

motivação para aprender; incentivo familiar; interação afetiva; melhoria da saúde e qualidade de vida; prazer da atividade física; e orientação profissional. E, quatro barreiras: desgaste no preenchimento de formulários; complicações de saúde; dificuldades financeiras; e problemas familiares. Educação multidisciplinar, exercícios físicos orientados e acompanhamento humanizado foram diferenciais do PDD em relação a outras vivências no tratamento da DM2. Falta avançar na capacitação profissional e sensibilização dos participantes para que as avaliações clínicas se tornem menos exaustivas e mais acessíveis.
This study aims to identify barriers and facilitators of adherence to a program for the treatment of type 2 diabetes mellitus (DM2). The Sweet Challenge Program (PDD) is continuous, in annual basis; regular, offered since 2001; multidisciplinary, with supervised exercise, nutrition, self-care, use of medication and psychosocial aspects; multiprofessional, with pharmacy, nutrition, physical education, medicine and nursing professionals; multistrategic, with lectures, debates, games, workshops, discussions, and supervised exercise practices; community-based, including primary care; intersectoral, among University and Service; and offers 120 minutes sessions twice a week, in three places of the Federal District. The research was qualitative, exploratory and based on “conversation circle” technic. All 132 program attendees were invited and 55 accepted to participate. Each local hosted a meeting mediated by the researcher, using semi-structured script, to establish a dialogue about barriers and facilitators of adherence to PDD. All speeches were recorded, transcribed and subjected to content analysis.

From speech emerged six facilitators to adherence:

motivation to learn; family encouragement; affective interaction; health and quality of life improvement, physical activity enjoyment, and professional guidance. And, four barriers: form fillings; health complications, financial difficulties, and family problems. Multidisciplinary education, guided physical exercises and humanized follow-up were PDD’s differential in relation to other experiences in the treatment of DM2. There is need to progress in professional training and participants sensitization so that clinical evaluations become less exhausting and more accessible.

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