Fatores de risco pré-operatórios para lesão renal aguda após transplante hepático: resultados de um estudo transversal no Nordeste do Brasil
Preoperative risk factors for acute kidney injury after liver transplantation: results from a cross-sectional study in northeast of brazil

Arq. gastroenterol; 55 (1), 2018
Publication year: 2018

ABSTRACT BACKGROUND:

Acute kidney injury (AKI) is a common complication in the immediate postoperative period of patients undergoing liver transplantation.

OBJECTIVE:

The aim of this study was to evaluate preoperative risk factors for AKI after liver transplantation.

METHODS:

A cross-sectional study was conducted with adults submitted to orthotopic liver transplantation at a reference hospital in Fortaleza, Northeast of Brazil, from January to December 2016. Preoperative risk factors were evaluated for AKI development in the immediate postoperative period.

AKI was defined according to the Kidney Disease:

Improving Global Outcomes (KDIGO) criteria.

RESULTS:

A total of 40 patients were included in the study. AKI was found in 85% of patients in the first 24 hours after transplantation, most of them (40%) classified in KDIGO stage 1. Preoperative data indicate that serum albumin levels were lower in the KDIGO stage 3 group compared to the non-AKI group, as well as the hematocrit levels. Direct bilirubin (DB) was higher in the KDIGO stage 3 group compared to the group without AKI, as well as alkaline phosphatase (AP) and gamma-glutamiltransferase (GGT). In a logistic regression analysis independent risk factors for AKI were increase levels of AP, GGT and DB and decrease level of serum albumin.

CONCLUSION:

Low levels of serum albumin, and elevated levels of DB, AP and GGT in the preoperative period are risk factors for AKI development after liver transplantation.

RESUMO CONTEXTO:

Lesão renal aguda (LRA) é uma complicação comum no pós-operatório imediato do transplante hepático.

OBJETIVO:

O objetivo foi avaliar os fatores de risco pré-operatórios para LRA após o transplante hepático.

MÉTODOS:

Foi realizado estudo transversal com adultos submetidos a transplante hepático ortotópico em um hospital de referência em Fortaleza, Nordeste do Brasil, de janeiro a dezembro de 2016. Foram avaliados os fatores de risco pré-operatórios para o desenvolvimento de LRA no pós-operatório.

LRA foi definida de acordo com os critérios do Kidney Disease:

Improving Global Outcomes (KDIGO).

RESULTADOS:

Foram incluídos 40 pacientes no estudo. LRA foi encontrada em 85% dos casos nas primeiras 24 horas após o transplante, sendo a maioria deles (40%) classificados no estágio KDIGO 1. Os dados pré-operatórios indicaram que os níveis séricos de albumina eram menores nos pacientes no estágio KDIGO 3, em comparação com o grupo sem LRA, bem como os níveis de hematócrito. Os níveis de bilirrubina direta (BD) eram maiores nos pacientes no estágio KDIGO 3 em comparação ao grupo sem LRA, bem como os níveis de fosfatase alcalina (FA) e gama-glutamiltransferase (GGT). Em um modelo de regressão logística, os fatores de risco independentes para LRA foram: níveis elevados de FA, GGT e BD e níveis reduzidos de albumina.

CONCLUSÃO:

Níveis reduzidos de albumina sérica, e níveis elevados de BD, FA e GGT no período pré-operatório são fatores de risco para o desenvolvimento de LRA após o transplante hepático.

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