Risk factors for gastrointestinal parasite infections of dogs living around protected areas of the Atlantic Forest: implications for human and wildlife health
Fatores de risco para infecções parasitárias gastrointestinais em cães do entorno de áreas protegidas da Mata Atlântica: implicações para a saúde humana e da vida selvagem

Braz. j. biol; 77 (2), 2017
Publication year: 2017

Abstract Despite the ubiquity of domestic dogs, their role as zoonotic reservoirs and the large number of studies concerning parasites in urban dogs, rural areas in Brazil, especially those at the wildlife-domestic animal-human interface, have received little attention from scientists and public health managers. This paper reports a cross-sectional epidemiological survey of gastrointestinal parasites of rural dogs living in farms around Atlantic Forest fragments. Through standard parasitological methods (flotation and sedimentation), 13 parasite taxa (11 helminths and two protozoans) were found in feces samples from dogs. The most prevalent were the nematode Ancylostoma (47%) followed by Toxocara (18%) and Trichuris (8%). Other less prevalent (<2%) parasites found were Capillaria, Ascaridia, Spirocerca, Taeniidae, Acantocephala, Ascaris, Dipylidium caninum, Toxascaris, and the protozoans Cystoisospora and Eimeria. Mixed infections were found in 36% of samples, mostly by Ancylostoma and Toxocara. Previous deworming had no association with infections, meaning that this preventive measure is being incorrectly performed by owners. Regarding risk factors, dogs younger than one year were more likely to be infected with Toxocara, and purebred dogs with Trichuris. The number of cats in the households was positively associated with Trichuris infection, while male dogs and low body scores were associated with mixed infections. The lack of associations with dog free-ranging behavior and access to forest or villages indicates that infections are mostly acquired around the households. The results highlight the risk of zoonotic and wildlife parasite infections from dogs and the need for monitoring and controlling parasites of domestic animals in human-wildlife interface areas.
Resumo Apesar da ubiquidade dos cães domésticos, de seu papel como reservatório de doenças, e do grande número de estudos sobre parasitas de cães urbanos, as áreas rurais no Brasil, especialmente aquelas na interface entre animais silvestres - animais domésticos - humanos, tem recebido pouca atenção de cientistas e gestores de saúde pública. Este artigo relata um estudo epidemiológico seccional de parasitas gastrointestinais de cães rurais em propriedades no entorno de fragmentos de Mata Atlântica. Através de métodos parasitológicos como flutuação e sedimentação, 13 táxons de parasitas (11 helmintos e dois protozoários) foram encontrados em amostras de fezes dos cães. O mais prevalente foi o nematóide Ancylostoma (47%), seguido por Toxocara (18%) e Trichuris (8%). Outros parasitas menos prevalentes (<2%) encontrados foram Capillaria, Ascaridia, Spirocerca, Taeniidae, Acantocephala, Ascaris, Dipylidium caninum, Toxascaris, e os protozoários Cystoisospora and Eimeria. Infecções mistas foram detectadas em 36% das amostras, a maioria por Ancylostoma e Toxocara. Vermifugações prévias não foram associadas a infecções, indicando que esta medida preventiva está sendo realizada incorretamente pelos proprietários. Com relação aos fatores de risco, cães com menos de um ano tiveram maior probabilidade de infecção por Toxocara, e os cães de raça pura por Trichuris. O número de gatos na propriedade foi associado positivamente com a infecção por Trichuris, enquanto cães machos e baixos escores corporais foram associados a infecções mistas. A ausência de associações com comportamento de vida livre e acesso a florestas ou vilas pelos cães indica que as infecções estão sendo predominantemente adquiridas nas propriedades. Os resultados destacam o risco de infecções parasitárias zoonóticas e para animais silvestres a partir dos cães, e a necessidade de monitorar e controlar os parasitas de animais domésticos em áreas de interface entre humanos e a vida selvagem.

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