Assessment of the impact of changes in temperature in Biomphalaria glabrata (Say, 1818) melanic and albino variants infected with Schistosoma mansoni (Sambon, 1907)
Avaliação de impacto de alterações na temperatura em Biomphalaria glabrata variantes melânica e albina infectadas com Schistosoma mansoni
Braz. j. biol; 77 (3), 2017
Publication year: 2017
Abstract Fluctuations in population density of planorbid hosts of S. mansoni are influenced by climatic factors. The knowledge about interference from changes in water temperature in these populations is an important aspect of the epidemiology of schistosomiasis. In this experiment, it is explored the influence of different temperatures on the development of Schistosoma mansoni in Biomphalaria glabrata melanic and albino variants. The results indicated an intrinsic relationship between temperature and development of the parasite in the intramollusc phase, independent of the pigmentation of the mantle of the molluscs. The higher the temperature, the shorter the period necessary for the development of the parasite was while the higher the mortality of infected mollusks. It is concluded that, in the presence of climate change, the increasement of temperature in cold and flooded regions may encourage the establishment of new foci of transmission of schistosomiasis by changing the geographic extent and extending the epidemiological transmission potential. In warm climates, higher temperatures, however, could compromise the transmission of the disease because of biological stress suffered by parasite and host. Under these conditions, it can result in the death of the parasite or a change in their ability to infect new host species of molluscs in new areas. Mantle pigmentation patterns in molluscs have not shown significant interference in the development of the parasite.
Resumo Flutuações na densidade populacional de planorbídeos hospedeiros do S. mansoni são influenciadas por fatores climáticos. O conhecimento sobre a interferência de alterações na temperatura da água nestas populações é um aspecto importante da epidemiologia da esquistossomose. Neste experimento avaliou-se a influência de diferentes temperaturas no desenvolvimento de Schistosoma mansoni em Biomphalaria glabrata variantes melânica e albina. Os resultados indicaram uma relação intrínseca entre temperatura e desenvolvimento do parasito na fase intramolusco, independente da pigmentação do manto dos moluscos. Quanto mais elevada a temperatura, menor o período necessário para desenvolvimento do parasito e maior mortalidade dos moluscos infectados. Conclui-se que, na presença de alterações climáticas, o aumento da temperatura em regiões frias e alagadas poderá favorecer o estabelecimento de novos focos de transmissão da esquistossomose alterando a extensão geográfica e ampliando o potencial epidemiológico da transmissão. Em regiões de clima quente, o aumento da temperatura, por sua vez, poderá comprometer a transmissão da doença em virtude do estresse biológico sofrido por parasito e hospedeiro. Nestas condições, poderá ocorrer a morte do parasito ou uma alteração na sua habilidade de infectar novas espécies de moluscos hospedeiros em novas áreas. Padrões de pigmentação do manto nos moluscos não demonstraram interferência significativa no desenvolvimento do parasita.