Cad. Saúde Pública (Online); 33 (6), 2017
Publication year: 2017
Resumo:
O estudo teve como objetivo investigar a associação entre sintomas depressivos e de ansiedade maternos e prejuízos na relação mãe/filho, por meio de modelagem de equações estruturais. Foram utilizados dados de um estudo de coorte prospectivo iniciado no pré-natal com 1.140 mães, no Município de São Luís, Maranhão, Brasil. Os dados foram coletados no pré-natal e por ocasião do segundo ano de vida dos filhos das entrevistadas. Para verificar prejuízos na relação mãe/filho, foi usado o Postpartum Bonding Questionnaire - PBQ (N = 1.140). No modelo teórico inicial, a situação socioeconômica determinou os fatores demográficos, psicossociais maternos e de apoio social, que determinaram o desfecho relação mãe/filho. Os ajustes foram realizados por modelagem de equações estruturais, utilizando-se o Mplus 7.0. O modelo final apresentou bom ajuste (RMSEA = 0,047; CFI = 0,984; TLI = 0,981). Sintomas de depressão na gestação e pós-parto estiveram associados a maiores escores do PBQ, indicando prejuízos na relação mãe/filho. O maior efeito foi o dos sintomas de depressão na gestação. Associaram-se também a maiores escores do PBQ: menor apoio social, situação socioeconômica desfavorável e viver sem companheiro, por via indireta. Sintomas de ansiedade e idade materna não estiveram associados com a relação mãe/filho. Os resultados sugerem que identificar e tratar a depressão no pré-natal e pós-parto poderá melhorar a relação mãe/filho na infância.
Abstract:
This study aimed to investigate the association between maternal depressive symptoms and anxiety and interference in the mother/child relationship, using structural equations modeling. Data were used from a prospective cohort study initiated during the prenatal period with 1,140 mothers in São Luís, Maranhão State, Brazil. Data were collected during prenatal care and when the children reached two years of age. Interference in the mother/child relationship was measured with the Postpartum Bonding Questionnaire - PBQ (N = 1,140). In the initial theoretical model, socioeconomic status determined the maternal demographic, psychosocial, and social support factors, which determined the outcome, i.e., the mother/child relationship. Adjustments were performed by structural equations modeling, using Mplus 7.0. The final model showed good fit (RMSEA = 0.047; CFI = 0.984; TLI = 0.981). Depressive symptoms in pregnancy and the postpartum were associated with higher PBQ scores, indicating interference in the mother/child relationship. The greatest effect was from depressive symptoms in pregnancy. Other factors associated with higher PBQ scores were lower social support, unfavorable socioeconomic status, and living without a partner, by indirect association. Anxiety symptoms and maternal age were not associated with the mother/child relationship. The results suggest that identifying and treating depression in pregnancy and postpartum can improve mother/child bonding in childhood.
Resumen:
El estudio tuvo como objetivo investigar la asociación entre síntomas depresivos y de ansiedad maternos y prejuicios en la relación madre/hijo, mediante el modelo de ecuaciones estructurales. Se utilizaron datos de un estudio de cohorte prospectivo, iniciado durante el período pre-natal con 1.140 madres, en el municipio de Sao Luis, Maranhão, Brasil. Los datos fueron recogidos durante el período pre-natal y con ocasión del segundo año de vida de los hijos de las entrevistadas. Para verificar prejuicios en la relación madre/hijo, fue usado el Postpartum Bonding Questionnaire - PBQ (N = 1.140). En el modelo teórico inicial, la situación socioeconómica determinó los factores demográficos, psicosociales maternos y de apoyo social, que determinaron el resultado relación madre/hijo. Los ajustes se realizaron por modelos de ecuaciones estructurales, utilizándose el Mplus 7.0. El modelo final presentó un buen ajuste (RMSEA = 0,047; CFI = 0,984; TLI = 0,981). Los síntomas de depresión en la gestación y post-parto estuvieron asociados a mayores marcadores de PBQ, indicando prejuicios en la relación madre/hijo. El mayor efecto fue el de los síntomas de depresión en la gestación. Se asociaron también a mayores marcadores del PBQ:
menor apoyo social, situación socioeconómica desfavorable y vivir sin compañero, por vía indirecta. Síntomas de ansiedad y edad materna no estuvieron asociados con la relación madre/hijo. Los resultados sugieren que identificar y tratar la depresión durante el periodo pre-natal y posparto podrá mejorar la relación madre/hijo durante la infancia.