Distribuição espacial do uso de agrotóxicos no Brasil: uma ferramenta para a Vigilância em Saúde
Spatial distribution of pesticide use in Brazil: a strategy for Health Surveillance

Ciênc. Saúde Colet. (Impr.); 22 (10), 2017
Publication year: 2017

Resumo O uso de agrotóxicos na agricultura brasileira é um problema de saúde pública, dadas as contaminações no ambiente, em alimentos e as intoxicações na saúde humana. Objetivou-se apresentar a distribuição espacial da área plantada de lavouras, consumo de agrotóxicos e agravos à saúde relacionados, como estratégia de Vigilância em Saúde. Obteve-se dados de área plantada de 21 culturas predominantes, indicadores de consumo de agrotóxicos por hectare para cada cultura e agravos à saúde. Espacializou-se o consumo de agrotóxicos nos municípios brasileiros e correlacionou-se às incidências de intoxicações por agrotóxicos: aguda, subaguda e crônica. Constatou-se predomínio dos cultivos de soja, milho e cana, que juntos corresponderam a 76% da área plantada no Brasil em 2015. Pulverizou-se 899 milhões de litros de agrotóxicos nessas lavouras, com Mato Grosso, Paraná e Rio Grande Sul tendo utilizado as maiores quantidades. Os agravos à saúde apresentaram correlações positivas e significativas com o uso de agrotóxicos. A estratégia metodológica possibilitou identificar municípios prioritários para a Vigilância em Saúde e o desenvolvimento de ações intersetoriais de prevenção e mitigação dos impactos dos agrotóxicos na saúde e ambiente.
Abstract The intensive use of pesticides in Brazilian agriculture is a public health issue due to contamination of the environment, food and human health poisoning. The study aimed to show the spatial distribution of the planted area of agricultural crops, the use of pesticides and related health problems, as a Health Surveillance strategy. We obtained data from the planted area of 21 predominant crops, indicators of the consumption of pesticides per hectare for each crop and health problems.

The amount of pesticides used in the Brazilian municipalities was spatially distributed and correlated with the incidence of pesticides poisoning:

acute, sub-acute and chronic. There was a predominance of soybean, corn and sugar cane crops, which together accounted for 76% of the area planted in Brazil in 2015. Some 899 million liters of pesticides were sprayed in these crops, and Mato Grosso, Paraná and Rio Grande Sul used the largest quantities, respectively. The health problems showed positive and significant correlations with pesticide use. The methodological strategy facilitated the identification of priority municipalities for Health Surveillance and the development of intersectoral actions to prevent and mitigate the impacts of pesticides on health and the environment.

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