Atendimentos de jovens vítimas de agressões em serviços públicos de urgência e emergência, 2011: diferenças entre sexos
Care for young victims of assault in public emergency services in 2011: Sex differences

Ciênc. Saúde Colet. (Impr.); 22 (4), 2017
Publication year: 2017

Resumo O objetivo deste artigo é descrever as características das agressões entre jovens vítimas de violências atendidos em serviços de urgência e emergência, segundo sexos. Trata-se de estudo descritivo com dados do Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes do Ministério da Saúde, realizado em 71 serviços localizados em 24 capitais brasileiras e no Distrito Federal, em 2011. Indivíduos do sexo masculino predominaram entre as vítimas (75,1%) e entre os agressores (83,1% e 69,7% dos casos de violência perpetrada contra vítimas do sexo masculino e feminino, respectivamente). Entre vítimas do sexo feminino, predominaram ocorrências no domicílio (43,6%). O agressor era um estranho em 49,7% dos casos entre vítimas dos sexos masculino e 26,8% do sexo feminino, enquanto era um parceiro ou ex-parceiro em 3,9% e 31,5% (p < 0,001). A maior gravidade das lesões entre os homens era consistente com a maior proporção de mortes nas primeiras 24 horas (2,1%) em comparação com as mulheres (0,2%) (p < 0,001). As características das agressões entre vítimas jovens revelaram-se substancialmente diferentes segundo o sexo. É evidenciada a necessidade da implementação de políticas públicas intersetoriais voltadas para a prevenção da violência, conforme previsto no Estatuto da Juventude.
Abstract This article aims to describe the characteristics of assaults among youth victims of violence treated in Public Emergency Departments, according to sex. This is a descriptive study using data from the Brazilian Violence and Accidents Surveillance System based on a multicenter survey conducted by the Ministry of Health in 71 public emergency departments, located in 24 state capitals and the Federal District in 2011. Male subjects predominated among the victims (75.1%) and also among aggressors (83.1% and 69.7% of cases of violence against male and female victims, respectively). Among female victims, episodes of violence were more frequent at home (43.6%). The perpetrator was a stranger in 49.7% and 26.8% of cases among male and female victims, respectively, while the perpetrator was a partner or ex-partner in 3.9% and 31.5% cases, respectively (p < 0.001). Greater severity of injuries among men was consistent with the higher proportion of deaths in the first 24 hours (2.1%) compared to women (0.2%) (p < 0.001). The violence profile among youth victims treated in Public Emergency Departments was substantially different according to the sex of the victims. The results highlight the need to implement intersectoral policies, in line with the Brazilian Youth Statute.

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