Processo de trabalho na Estratégia de Saúde da Família: potencialidades da subjetividade do cuidado para reconfiguração do modelo de atenção
Work process in Family Health Program: the potential of subjectivity of care for reconfiguration of the care model
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.); 23 (3), 2018
Publication year: 2018
Resumo Estudo de abordagem qualitativa com objetivo de analisar a potencialidade da dimensão subjetiva das práticas de equipes de Saúde da Família para reconfiguração do modelo de atenção, utilizando como referencial teórico-metodológico o processo de trabalho em saúde na perspectiva marxista. Teve como instrumento de coleta de dados o grupo focal, realizado em 13 equipes de Saúde de Família de Maceió, Alagoas. A análise temática, combinada a princípios da hermenêutica e dialética, foi utilizada no tratamento e interpretação dos dados. Os resultados apontam que as necessidades de saúde identificadas pelas equipes são múltiplas e permeadas pela carência afetiva do usuário que busca recorrentemente ser "ouvido". As equipes mostram-se abertas para o território das tecnologias leves de acolhimento, embora não as legitimem como instrumentos do seu trabalho. Saberes e tecnologias da clínica médica continuam sendo privilegiados no processo de trabalho, limitando a potencialidade de sua dimensão subjetiva para (re)configuração de um modelo que atenda as necessidades de saúde e ampare-se na integralidade da atenção.
Abstract This is a study with a qualitative approach that aims to analyze the subjective dimension of the Family Health teams' practices conducted in order to reconfigure the care model, using the work process in health as the fundamental analytical category from the Marxist standpoint. The data gathering tool used was the focus group, applied in 13 Family Health teams in Maceió, Alagoas. Thematic analysis combined with principles of hermeneutics and dialectics was used for treatment and interpretation of the data. The results indicate that the user´s needs identified by the teams are multiple and permeated by a lack of sympathetic care, and that the user repeatedly wishes to be "heard." The teams show that they are open to the use of soft technologies of compassionate care, although they do not legitimate them as instruments of their work. Clinical knowledge and techniques are prioritized in the work process, which limits the potential of its subjective dimension in order to (re)configure a care model which attends the user´s needs and is sustained by integrated care.