The Policy Gap. Global Mental Health in a Semi-Peripheral Country (Portugal, 1998-2016)
O fosso de políticas. A saúde mental global em um país semi-periférico (Portugal, 1998-2016)
El foso de políticas. La salud mental en un país semi-periférico (Portugal, 1998-2016)
Interface (Botucatu, Online); 21 (63), 2017
Publication year: 2017
This paper analyzes the impact of the hegemonic paradigm of global mental health (GMH) on Portugal. We specifically argue that GMH in Portugal has effected a change of priorities in health policies, favoring the prevention and treatment of common mental disorders to the detriment of the deinstitutionalizing process. Diffused through the media, this model has negative effects, such as the medicalization of social suffering, the reorganization of mental health policy areas according to utilitarian criteria, and the risk of greater invisibility of users with serious psychiatric diagnoses. However, the GMH approach, bringing to the frontline the impact of all social policies on mental health, represents a new opportunity to politically address social suffering. Characterized as a semi-peripheral country, Portugal may be representative of observable trends in similar countries.
Este artigo analisa o impacto do paradigma hegemônico da saúde mental global (SMG) em Portugal. Argumenta-se que a SMG em Portugal promoveu uma mudança de prioridades nas políticas de saúde, favorecendo a prevenção e o tratamento das desordens mentais comuns em detrimento do processo de desinstitucionalização. Difundindo-se nos media, este modelo tem efeitos negativos, ao contribuir para a medicalização do sofrimento social, o escalonamento de áreas de intervenção de acordo com critérios utilitaristas e o risco de uma maior invisibilidade dos usuários com diagnósticos psiquiátricos graves. Contudo, o enfoque da SMG no impacto do conjunto das políticas sociais sobre a saúde mental representa uma nova oportunidade para encarar politicamente o sofrimento social. Caracterizado como país semiperiférico, Portugal pode ser representativo de tendências observáveis em países similares.
Este artículo analiza el impacto del paradigma hegemónico de la salud mental (SMG) en Portugal. Se argumenta que la SMG en Portugal promovió un cambio de prioridades en las políticas de salud, favoreciendo la prevención y el tratamiento de los desórdenes mentales comunes en perjuicio del proceso de desinstitucionalización. Al difundirse en los medios, este modelo tiene efectos negativos, puesto que contribuye para la medicalización del sufrimiento social, el escalonamiento de áreas de intervención de acuerdo con criterios utilitaristas y el riesgo de una mayor invisibilidad de los usuarios con diagnósticos psiquiátricos graves. Sin embargo, el enfoque de la SMG en el impacto de las políticas sociales sobre la salud mental representa una nueva oportunidad para enfrentar políticamente el sufrimiento social. Caracterizado como país semi-periférico, Portugal puede ser representativo de tendencias observables en países similares.