É melhor prevenir do que remediar: a doença imaginária no jornalismo
Es mejor prevenir que remediar: la enfermedad imaginaria en el periodismo
An ounce of prevention is worth a ton of cure: imaginary diseases in journalism

Interface (Botucatu, Online); 22 (65), 2018
Publication year: 2018

Utilizamos as teorias do imaginário para compreender como o jornalismo tende a redefinir o estatuto do que é ser ou sentir-se doente a partir da disseminação da cultura do risco. O dispositivo jornalístico promove a doença em potencial ou imaginária e intervém no cotidiano, constituindo-se uma "tecnologia do imaginário". Sofremos por antecipação, receosos do futuro que pode ser portador de alguma patologia. Devemos nos prevenir, seja por meio do regramento de nossos hábitos ou por meio da descoberta de tendências genéticas que nos predisponham a desenvolver doenças. Prolongar a existência e viver com qualidade tornaram-se quase um dever moral. O corpus é composto por oito matérias da Folha de S. Paulo. O jornalismo emprega recursos considerados racionais, mas mobiliza os leitores pela emoção, produzindo um imaginário que tende a se disseminar na sociedade.(AU)
Utilizamos las teorías de lo imaginario para entender cómo el periodismo tiende a redefinir el estatuto de lo que es estar o sentirse enfermo a partir de la difusión de la cultura del riesgo. El dispositivo periodístico promueve la enfermedad en potencia o imaginaria e interviene en el cotidiano, constituyéndose una "tecnología de lo imaginario". Sufrimos por anticipado, recelosos del futuro que puede ser portador de alguna patología. Debemos prevenirnos, sea por medio de reglar nuestros hábitos o por medio del descubrimiento de tenencias genéticas que nos predispongan a desarrollar enfermedades. Prolongar la existencia y vivir con calidad se convirtieron en casi un deber moral. El corpus se compone de ocho artículos del periódico Folha de S. Paulo. El periodismo emplea recursos considerados racionales, pero moviliza a los lectores por la emoción, produciendo un imaginario que tiende a diseminarse en la sociedad.(AU)
We use the theories of the imaginary to understand how journalism tends to redefine the status of what it is to be or to feel sick through the dissemination of the culture of risk. The journalistic devices promote the potential or imaginary disease, acting on the daily practices, thus becoming a "technology of the imaginary". We suffer in anticipation, afraid of the future that may carry a disease. We should be aware, either through the regulation of our habits or the discovery of genetic tendencies that predispose us to development of diseases. Prolonging existence and living with quality have evolved into an almost a moral duty. The corpus is composed of eight stories from Folha de S. Paulo. Journalism employs resources considered rational, but mobilizes readers by emotion, producing an imaginary that tends to spread in society.(AU)

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