Problematizando a produção da vulnerabilidade e da pobreza higienizada na Assistência Social
Problematizing the production of vulnerability and "hygiened" poverty in social assistance
El cuestionamiento de la producción de la vulnerabilidad y la pobreza desinfectada en la asistencia social
Psicol. teor. prát; 19 (2), 2017
Publication year: 2017
Com este artigo, temos como objetivo discutir como vêm se efetuando atualmente os processos de resistências e de regulamentação da vida nos Centros de Referência da Assistência Social (Cras). Especificamente, almejamos discutir como as noções de vulnerabilidade e higienização têm sido instrumentalizadas para o controle. Os conceitos de Resistência e Regulamentação da Vida de Foucault são as principais ferramentas conceituais. Nesta pesquisa, foram utilizadas duas principais estratégias de produção de saber: análise das anotações e das memórias da pesquisadora e análise do material de novas conversas individuais e grupais com usuárias, profissionais e ex-profissionais dos Cras do município de Cariacica, no Espírito Santo. Observou-se que rotular essa população como vulnerável ou em risco contribui para sua estigmatização e para justificar uma série de intervenções higienistas. No entanto, é possível notar que muitas dessas pessoas/grupos não aceitam e escapam dessas intervenções em um exercício de resistência e afirmação de modos de vida contra-hegemônicos.
This article aims at discussing how resistance processes and regulation of life in the Social Assistance Reference Centers (SARC) is carried out, specifically how the notions of vulnerability and hygiene have been instrumented to control things. Michel Foucault's concepts of Resistance and Regulation of Life are the main conceptual tools. In this research, we have deployed two main knowledge production strategies: the analysis of the researcher's notes and memories and the analysis of new individual e group conversations with SARC users, professionals, and ex-professionals from Cariacica, in Espírito Santo. We have observed that labeling the population as vulnerable or at risk contributes to their stigmatization and to justify a series of interventions that seek "to hygiene" them. However, it is worth noting many of these people/groups do not accept and tend escape these interventions in an exercise of resistance and affirmation of counter-hegemonic ways of life.
En este artículo propone discutir cómo es que está realizando actualmente los procesos de resistencia y procesos de regulación de la vida en los Centros de Referencia de Asistencia Social (Cras). Específicamente cómo las nociones de vulnerabilidad e higiene han sido manipuladas por el control. Los conceptos de resistencia y regulación de la vida de Michel Foucault son las principales herramientas conceptuales.