Ethical issues on the "synthetic" phosphoethanolamine clinical trial
Questões éticas sobre o ensaio clínico da fosfoetanolamina "sintética"
Rev. Assoc. Med. Bras. (1992, Impr.); 63 (5), 2017
Publication year: 2017
Summary Notwithstanding its approval by the National Committee for Ethics in Research (Conep) on April 19, 2016, a trial of the so-called "synthetic" phosphoethanolamine (syn-phospho) pill in cancer patients raises ethical concerns. An analysis by a laboratory contracted by the Ministry of Science, Technology and Innovation (MCTI) revealed that syn-phospho contained a great amount of impurities and did not meet standards of pharmaceutical quality required for an investigational drug. Cytotoxicity against human tumor cell lines and in vivo rodent xenograft tumor assays consistently failed to demonstrate a potential anticancer activity of syn-phospho. Preclinical safety studies of syn-phospho were also insufficient to support a trial of this investigational drug in cancer patients. Moreover, the ethical approval decision apparently overlooked two previous findings that suggested a possible enhancement of mammary carcinoma cell proliferation by phosphoethanolamine, and an apparent increase in lung metastases (rat implanted tumor assay) by syn-phospho. The syn-phospho risk-benefit ratio is clearly unfavorable and, thus, this trial in cancer patients does not fulfill a key requirement to make a clinical research ethical. There are also concerns regarding whether the study design is robust enough (scientific validity), and the social value of the trial of syn-phospho in cancer patients is questionable.
Resumo Não obstante a sua aprovação pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) em 19 de abril de 2016, um ensaio da pílula de fosfoetanolamina "sintética" (sin-fosfo) em pacientes com câncer levanta preocupações éticas. Uma análise feita por um laboratório contratado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) revelou que a sin-fosfo continha grande quantidade de impurezas e não satisfazia os padrões de qualidade farmacêutica exigidos para um medicamento experimental. Os ensaios de citotoxicidade com linhagens de células originárias de tumores humanos e testes in vivo em roedores com tumores xeno-enxertados falharam consistentemente em demonstrar uma potencial atividade anticâncer da sin-fosfo. Os estudos pré-clínicos de segurança da sin-fosfo também foram insuficientes para apoiar a realização de um ensaio desse medicamento experimental em pacientes com câncer. Além disso, a aprovação ética aparentemente desconsiderou dois achados anteriores, sugerindo uma possível exacerbação da proliferação de células de carcinoma de mama pela fosfoetanolamina, e um aparente aumento de metástases pulmonares (ensaio de tumores implantados em ratos) pela sin-fosfo. A relação risco-benefício é claramente desfavorável para a sin-fosfo e, portanto, esse ensaio em pacientes com câncer não atende um requisito essencial para que uma pesquisa clínica seja ética. Há também preocupações quanto ao delineamento do estudo ser suficientemente robusto (validade interna), e o valor social do ensaio da sin-fosfo em pacientes com câncer é questionável.