No terceiro número da Phenomenological Studies apresentamos ao leitor um Dossiê com uma temática inédita [Editorial]
In the third issue of Phenomenological Studies we present to the reader a Dossier with an unprecedented theme [Editorial]

Rev. abordagem gestál. (Impr.); 23 (3), 2017
Publication year: 2017

No terceiro número da Phenomenological Studies apresentamos ao leitor um Dossiê com uma temática inédita. O dossiê traz diversos estudos sobre a "Fenomenologia das Idades da Vida" destacando, em especial, a fase da infância, adolescência e juventude. A "Vida" é um fenômeno surpreendente, misterioso e que até hoje tem sido tema dos poetas, dos filósofos e também dos cientistas. Como tal, desperta nossa atenção, sobretudo por não tratar-se de algo que possamos abordar como um objeto, mas que sentimos de modo intrínseco, diretamente em nós, afinal, estamos vivendo. E por estarmos vivendo, ao mesmo tempo em que nos damos conta disso, passamos também a querer encontrar o sentido do nosso próprio viver. Pois bem, eis aí o motivo das perguntas originárias, das perguntas ditas existenciais; perguntas que originaram a atitude religiosa, a artística, a filosófica e a científica. Essas perguntas surgem como uma necessidade humana de encontrar uma explicação, uma sustentação ou mesmo um sentido para a Vida. No entanto, depois de tantas tentativas religiosas, filosóficas e até mesmo científicas, ainda não chegamos a uma resposta final, a uma explicação que esgote o sentido da Vida. Talvez os poetas sejam aqueles que ainda têm se mantido mais próximos dela.

Dizia Fernando Pessoa:

"Temos todos que vivermos uma vida que é vivida e outra vida que é pensada". Isso é uma evidência! E, essa Vida que todos que vivemos temos, também acontece e é sentida de maneira diferente, não só em cada singularidade, ou seja, em cada um de nós, mas também de diversas formas, conforme o momento de cada um. São os momentos da nossa Vida, quando ela se desenrola no tempo, quando ela passa por nós, fazendo-nos senti-la como ciclos, fases, idades. Diante das diversas tentativas malogradas de enquadrar a Vida a partir de seus produtos, (Arte, Teologia, Filosofia e Ciência) alguns estudiosos e pesquisadores perceberam que a melhor maneira de encontrar o sentido da Vida é o de permitir que seus próprios significados se revelem, que se mostrem por si mesmos. Fazer uma "Fenomenologia da Vida", ou seja, uma análise do sentido da Vida e de suas Idades, porém considerando como ponto de partida a própria Vida e seu desenrolar. Edith Stein, falando sobre o método fenomenológico, nos ensina que se quisermos saber algo do humano e aqui temos o fenômeno Vida, "temos que nos colocar de modo mais vivo possível na situação em que experimentamos a existência humana, ou seja, o que dela experenciamos em nós mesmos e em nosso encontro com os outros".

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