Rev. abordagem gestál. (Impr.); 24 (2), 2018
Publication year: 2018
O método conhecido como análise fenomenal, ou a análise do que uma dada situação significa à uma pessoa, tem influenciando, em anos recentes, as áreas de psicoterapia, aconselhamento e teoria da personalidade. A questão é saber o que esse método tem a oferecer ao estudo de fenômenos psicológicos gerais. Vários psicólogos sabem ou especulam sobre a possível contribuição da análise fenomenal para a psicologia geral.
Esse fato foi enfaticamente reconhecido por Koehler:
"Nunca, eu acredito, seremos capazes de resolver quaisquer problemas relativos a princípios últimos enquanto não retornarmos à fonte dos nossos conceitos - em outras palavras, enquanto não utilizarmos o método fenomenológico, a análise qualitativa da experiência" (Koehler, 1938, p. vii). MacLeod (1951, p. 215) tentou transmitir o valor da análise fenomenal ao declarar: "Ser científico é ser curioso de uma maneira disciplinada, isto é, tentar compreender (não meramente prever ou controlar) com a ajuda dos melhores métodos de observação, dedução e verificação". Em referência à psicologia social, Asch (1953, p. X) disse: "Eu entendo como necessário manter em primeiro plano os modos humanos de experienciar o mundo da natureza e do homem, visto que as ações sociais de que falamos são aquelas de seres conscientes que atuam, em grande parte, em termos daquilo que compreendem e sentem". Quando o humano começa a pensar ou falar sobre suas experiências, ele está tentando expressar suaconsciência. É através desta formulação que a consciência se torna conhecimento conceitual e uma condição necessária para qualquer comunicação relativa a fenômenos subjetivos. A consciência implícita e vaga de um fenômeno subjetivo complexo é capaz de mudar graças ao processo de expressão e de formulação em conhecimento explícito de seus componentes. Esse processo é conhecido como explicação. É o que temos de essencial no processo de psicoterapia, no qual o paciente gradualmente aprende a expressar sua experiência implícita, vaga e dolorosa em uma descrição explicitamente reconhecida do que está ocorrendo em sua vida subjetiva.