Rev. bras. epidemiol; 20 (2), 2017
Publication year: 2017
RESUMO:
Objetivo: Estimar as tendências da autoavaliação de saúde em relação ao excesso de peso na população adulta residente nas capitais da região Centro-Oeste e no Distrito Federal. Método:
Estudo transversal com população entre 20 e 59 anos, utilizando dados de inquéritos telefônicos de base populacional do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas (VIGITEL), realizados entre os anos de 2008 e 2014. As estimativas foram feitas considerando o planejamento amostral complexo, utilizando-se regressão linear simples, gráficos de tendência e Boxplot. Resultados:
As categorias "ruim" e "muito ruim" não tiveram alteração no período analisado. Observou-se aumento médio de 0,5 ponto percentual para as categorias "regular" e "bom", e diminuição média de 1,0 ponto percentual na categoria "muito bom". Na análise de tendência das médias do índice de massa corporal, verificou-se aumento progressivo em todas as cidades. Nas piores percepções de saúde, constatou-se valores mais elevados do índice de massa corporal em ambos os sexos. Observou-se a existência de pessoas obesas autoavaliando sua saúde de maneira positiva. Conclusão:
A autoavaliação de saúde se manteve relativamente constante enquanto o índice de massa corporal seguiu tendência crescente entre 2008 e 2014 nas capitais do Centro-Oeste e no Distrito Federal. A autoavaliação de saúde dos indivíduos com índice de massa corporal elevado (> 30 kg/m2) parece não ter relação direta com seu peso. É importante analisar a associação dessas duas variáveis, controlando-as por morbidades, comportamentos de saúde (etilismo e tabagismo, atividade física e alimentação) e fatores sociodemográficos.
ABSTRACT:
Objective: To estimate the trends of self-rated health in relation to overweight in the adult population of the capitals of the Brazilian Midwest region and the Federal District. Methods:
Cross-sectional study with a population aged 20 to 59 years, using data from the Telephone-based Surveillance of Risk and Protective Factors for Chronic Diseases (VIGITEL), performed between 2008 and 2014. The estimates using the complex sampling design were made using simple linear regression, trend graphs and Boxplot. Results:
The categories "poor" and "very poor" didn't increase in the analyzed period. There was an average increase of 0.5 percentage point per year in the categories "fair" and "good" and an average decrease of 1.0 percentage point in the category "very good". The trend analysis of mean body mass index found there was a progressive growth in all cities. The worst health perceptions showed higher values of body mass index in both sexes. We observed the existence of obese people assessing their health positively. Conclusion:
Self-rated health remained relatively constant whereas the body mass index continued to grow between 2008 and 2014. The self-rated health of individuals with high body mass index (>30 kg/m2) does not seem to be directly related to their weight. Therefore, it is important to analyze the association of these two variables controlling for morbidity, health behaviors (smoking and alcohol consumption, physical activity and diet), and sociodemographic factors.