Prevalência da falência de múltiplos órgãos na unidade de terapia intensiva pediátrica: comparação dos escores Pediatric Risk of Mortality III e Pediatric Logistic Organ Dysfunction para predição de mortalidade
Prevalence of multiple organ dysfunction in the pediatric intensive care unit: Pediatric Risk of Mortality III versus Pediatric Logistic Organ Dysfunction scores for mortality prediction

Rev. bras. ter. intensiva; 29 (2), 2017
Publication year: 2017

RESUMO Objetivo:

Avaliar a frequência de falência de múltiplos órgãos primária e o papel da sepse como agente causal em pacientes pediátricos críticos; e calcular e avaliar a precisão dos escores Pediatric Risk of Mortality III (PRISM III) e Pediatric Logistic Organ Dysfunction (PELOD) para predizer os desfechos de crianças em estado crítico.

Métodos:

Estudo retrospectivo, que avaliou dados de pacientes admitidos entre janeiro a dezembro de 2011 na unidade de terapia intensiva pediátrica do Children's Hospital da Cairo University.

Resultados:

Dentre os 237 pacientes estudo, 72% tiveram falência de múltiplos órgãos e 45% sepse com falência de múltiplos órgãos. A taxa de mortalidade em pacientes com falência de múltiplos órgãos foi de 73%. Os fatores independentes de risco para óbito foram ventilação mecânica e falência neurológica (OR: 36 e 3,3, respectivamente). O PRISM III foi mais preciso para prever óbito, com qui quadrado no teste de Hosmer-Lemeshow de 7,3 (df = 8; p = 0,5). A área sob a curva foi de 0,723 para o PRISM III e de 0,78 para o PELOD.

Conclusão:

A falência de múltiplos órgãos esteve associada à elevada mortalidade. A sepse foi sua principal causa. Pneumonia, diarreia e infecções do sistema nervoso central foram as principais causas de sepse. O PRISM III teve melhor calibração do que o PELOD para prognóstico dos pacientes, apesar da elevada frequência da síndrome de falência de múltiplos órgãos.

ABSTRACT Objectives:

To assess the frequency of primary multiple organ failure and the role of sepsis as a causative agent in critically ill pediatric patients; and calculate and evaluate the accuracy of the Pediatric Risk of Mortality III (PRISM III) and Pediatric Logistic Organ Dysfunction (PELOD) scores to predict the outcomes of critically ill children.

Methods:

Retrospective study, which evaluated data from patients admitted from January to December 2011 in the pediatric intensive care unit of the Children's Hospital of the University of Cairo.

Results:

Out of 237 patients in the study, 72% had multiple organ dysfunctions, and 45% had sepsis with multiple organ dysfunctions. The mortality rate in patients with multiple organ dysfunction was 73%. Independent risk factors for death were mechanical ventilation and neurological failure [OR: 36 and 3.3, respectively]. The PRISM III score was more accurate than the PELOD score in predicting death, with a Hosmer-Lemeshow X2 (Chi-square value) of 7.3 (df = 8, p = 0.5). The area under the curve was 0.723 for PRISM III and 0.78 for PELOD.

Conclusion:

A multiple organ dysfunctions was associated with high mortality. Sepsis was the major cause. Pneumonia, diarrhea and central nervous system infections were the major causes of sepsis. PRISM III had a better calibration than the PELOD for prognosis of the patients, despite the high frequency of the multiple organ dysfunction syndrome.

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