Avaliação da dor de vítimas de traumatismo craniencefálico pela versão brasileira da Behavioral Pain Scale
Pain assessment of traumatic brain injury victims using the Brazilian version of the Behavioral Pain Scale

Rev. bras. ter. intensiva; 30 (1), 2018
Publication year: 2018

RESUMO Objetivo:

Avaliar a validade e a confiabilidade da versão brasileira da Behavioral Pain Scale (BPS-Br) em vítimas de traumatismo craniencefálico.

Métodos:

Estudo observacional, prospectivo, de medidas repetidas e pareadas, realizado em duas unidades de terapia intensiva (clínica e cirúrgica) de um hospital geral de grande porte. A amostra por conveniência foi composta por vítimas de traumatismo craniencefálico moderado ou grave, penetrante ou fechado, adultos, sedados e mecanicamente ventilados. Foram realizadas 432 observações por pares de avaliadores independentes, simultaneamente, antes da limpeza do olho, durante a limpeza do olho, durante a aspiração traqueal e após a aspiração traqueal. Foram coletados dados sociodemográficos, clínicos, relacionados ao trauma, sedoanalgesia e parâmetros fisiológicos (frequência cardíaca, pressão arterial sistólica e diastólica). A validade discriminante foi verificada pelo teste de Friedman e Wilcoxon por pares. Utilizaram-se o coeficiente de correlação intraclasse e coeficiente de Kappa de Cohen para avaliar a confiabilidade. O teste de correlação de Spearman foi utilizado para verificar a associação entre variáveis clínicas e os escores da BPS-Br durante a aspiração traqueal.

Resultados:

Houve elevação significativa dos parâmetros fisiológicos durante a aspiração traqueal, porém sem correlação com os escores de BPS-Br. A dor foi significativamente mais intensa durante a aspiração traqueal (p < 0,005). Foi evidenciada satisfatória concordância interobservadores, com coeficiente de correlação intraclasse de 0,95 (0,90 - 0,98) e Kappa de 0,70.

Conclusão:

Os escores da BPS-Br elevaram-se durante a aspiração traqueal. A versão brasileira da escala mostrou-se válida e confiável para avaliação da dor em vítimas de traumatismo craniencefálico submetidos à aspiração traqueal.

ABSTRACT Objective:

To evaluate the validity and reliability of the Brazilian version of the Behavioral Pain Scale (BPS-Br) in victims of traumatic brain injury.

Methods:

Observational prospective study with paired and repeated measures conducted at two intensive care units (clinical and surgical) of a large general hospital. The convenience sample consisted of adult victims of moderate or severe penetrating or blunt craniocerebral trauma who were sedated and mechanically ventilated. A total of 432 paired observations were performed by independent evaluators simultaneously, prior to eye cleaning, during eye cleaning, during tracheal aspiration and after tracheal aspiration. Sociodemographic, clinical, trauma-related, sedoanalgesia and physiological parameter data (heart rate, systolic and diastolic blood pressure) were collected. The discriminant validity was tested using the Friedman and Wilcoxon paired tests. The intraclass correlation coefficient and Cohen's Kappa coefficient were used to evaluate the reliability. The Spearman correlation test was used to test the association between clinical variables and BPS-Br scores during tracheal aspiration.

Results:

There was a significant increase in the physiological parameters during tracheal aspiration, but without correlation with the BPS-Br scores. Pain was significantly more intense during tracheal aspiration (p < 0.005). Satisfactory interobserver agreement was found, with an intraclass correlation coefficient of 0.95 (0.90 - 0.98) and Kappa coefficient of 0.70.

Conclusion:

Brazilian version of the Behavioral Pain Scale scores increased during tracheal aspiration. The Brazilian version of the scale was valid and reliable for pain assessment of traumatic brain injury victims undergoing tracheal aspiration.

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