Tuberculose em pacientes pediátricos: como tem sido feito o diagnóstico?
Tuberculosis in pediatric patients: how has the diagnosis been made?

Rev. paul. pediatr; 35 (2), 2017
Publication year: 2017

RESUMO Objetivo:

Descrever o quadro clínico, radiológico e o perfil epidemiológico e microbiológico de pacientes diagnosticados com tuberculose em um período de 15 anos.

Métodos:

Estudo retrospectivo de crianças e adolescentes menores de 18 anos diagnosticados com tuberculose no Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas. Tuberculose ativa foi definida pela identificação de M. tuberculosis em cultura, baciloscopia ou exame histopatológico ou, ainda, casos com quadro clínico e radiológico compatível e com história de exposição à tuberculose ou com teste tuberculínico positivo. Foi realizada análise estatística, com comparação entre os dados de crianças menores e maiores de 10 anos, já que estas apresentam doença com padrão mais próximo do adulto.

Resultados:

Foram identificados 145 casos, 61,4% em pacientes menores de 10 anos. Os principais sintomas relatados foram tosse (55,9%) e febre (46,9%), sendo que as variáveis febre, tosse, emagrecimento e dor se associaram à idade, estando mais presentes em crianças maiores de 10 anos. O diagnóstico foi confirmado (cultura, baciloscopia ou histopatológico) em 67,6% dos casos. Os demais (32,4%) tiveram seu diagnóstico realizado com base no quadro clínico, radiológico, epidemiológico e teste tuberculínico. A positividade da cultura, da baciloscopia e do teste tuberculínico foram, respectivamente, 65,8; 35,7 e 72,3%. História de contato com adulto tuberculoso foi confirmada em 37,2% dos casos.

Conclusões:

O diagnóstico de tuberculose em pediatria é complexo, considerando-se que todos os parâmetros usados têm baixa positividade. Os resultados apontam a necessidade de novos métodos diagnósticos e também de melhorias nas estratégias de busca de comunicantes.

ABSTRACT Objective:

To describe clinical, radiological, epidemiological, and microbiological characteristics of pediatric patients with diagnosis of tuberculosis in a period of 15 years.

Methods:

Retrospective study including children and adolescents younger than 18 years diagnosed with tuberculosis in the Clinical Hospital of the Universidade Estadual de Campinas in São Paulo State, Brazil. Active tuberculosis was defined by the identification of Mycobacterium tuberculosis in culture, microscopy, or histopathological examination. Children with positive clinical history and radiological tests who had been exposed to sick adults or with positive tuberculin skin test were also considered as having active tuberculosis. Statistical analysis compared the data obtained from children younger and older than 10 years of age, since they present a disease pattern more similar to adults.

Results:

There were 145 identified cases, 61.4% in patients under 10 years of age. The main symptoms reported were coughing (55.9%) and fever (46.9%), and the variables of fever, coughing, weight-loss, and pain were significantly influenced by age, with a higher frequency in older children. Diagnosis was confirmed by culture, microscopy, or histopathology in 67.6% of the cases. The other cases (32.4%) had the diagnosis of tuberculosis based on clinical, radiological, and epidemiological characteristics, as well as tuberculin skin test. The positivity for culture, microscopy, and tuberculin skin test was, respectively, 65.8, 35.7, and 72.3%. History of contact with a sick adult was confirmed in 37.2%, without influence of age.

Conclusions:

Diagnosis of tuberculosis in children is still a challenge, since all the confirmation tests have low positivity. These results demonstrate the need for new diagnostic methods and improved strategies for searching sick contacts.

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