Doenças respiratórias agudas em crianças brasileiras: os cuidadores são capazes de detectar os primeiros sinais de alerta?
Acute respiratory diseases in brazilian children: are caregivers able to detect early warning signs?

Rev. paul. pediatr; 36 (1), 2018
Publication year: 2018

RESUMO Objetivo:

Avaliar o nível de conhecimento do cuidador em relação aos sinais e sintomas respiratórios de Infecções Respiratórias Agudas (IRA) e a percepção dos mesmos em relação às crianças que necessitam de assistência médica.

Métodos:

Estudo prospectivo e transversal, no qual um questionário padronizado com itens relacionados à percepção da gravidade dos sinais e sintomas de IRA foi administrado a cuidadores de pacientes pediátricos admitidos no serviço de emergência de um hospital universitário no período de agosto de 2011 a maio de 2012. A análise estatística foi realizada com os testes do qui-quadrado e t-Student para determinar quais variáveis contribuíram para o reconhecimento pelos cuidadores da gravidade das doenças respiratórias agudas.

Resultados:

Foram entrevistados 499 cuidadores. As causas de IRA mais citadas foram Síndrome gripal (78,6%), Resfriado comum (73,9%), Faringites (64,1%) e Pneumonia (54,5%). Febre (34,1%) e Tosse (15,8%) foram as principais razões para a procura de atendimento.

Os sinais de gravidade mais citados pelos cuidadores foram:

febre (99,6%), dispneia (91,4%), sibilância (86,4%), adinamia (80,2%), tosse (79,8%) e taquipneia (78,6%). O histórico de doença respiratória anterior do paciente (p=0,002), a idade (p=0,010) e o estado civil do cuidador (p=0,014) foram as variáveis significativamente associadas com taquipneia, o sintoma mais grave de IRA.

Conclusões:

Embora cuidadores pediátricos possam perceber os principais sinais de IRA, eles não são capazes de reconhecer a gravidade destes, o que pode atrasar os cuidados médicos e impedir o tratamento precoce.

ABSTRACT Objective:

To assess the level of caregiver knowledge about respiratory signs and symptoms of acute respiratory infection (ARI) as well as their ability to detect the early warning signs and need for medical assistance in children referred to an emergency service.

Methods:

This is a prospective, cross-sectional study. A standardized questionnaire with questions on the perception of the severity of ARI signs and symptoms was applied to caregivers of pediatric patients assisted in the emergency room of a university hospital from August 2011 to May 2012. Chi-square and Student's t-tests were used to determine which variables contributed with caregivers' recognition of severity of acute respiratory diseases.

Results:

499 caregivers were interviewed. The most cited causes of ARI were flu syndrome (78.6%), common cold (73.9%), pharyngitis (64.1%), and pneumonia (54.5%). Fever (34.1%) and cough (15.8%) were major reasons for referral to hospital. The most cited signs of severity recognized by caregivers were fever (99.6%), dyspnea (91.4%), wheezing (86.4%), adynamia (80.2%), coughing (79.8%), and tachypnea (78.6%). Children's history of respiratory diseases (p=0.002), caregiver's age (p=0.010) and marital status (p=0.014) were significantly associated with tachypnea, the most severe ARI symptom.

Conclusions:

Although caregivers of children can recognize ARI most important signs and symptoms, they are unable to judge severity, which may delay medical care and early treatment.

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