Leprosy and gender in Brazil: trends in an endemic area of the Northeast region, 2001-2014
Hanseníase e gênero no Brasil: tendências em área endêmica da região Nordeste, 2001-2014
Rev. saúde pública (Online); 52 (), 2018
Publication year: 2018
ABSTRACT OBJECTIVE To analyze, stratifield by gender, trends of the new case leprosy detection rates in the general population and in children; of grade 2 disability, and of proportion of multibacillary cases, in the state of Bahia, Brazil from 2001 to 2014. METHODS A time series study based on leprosy data from the National Information System for Notifiable Diseases. The time trend analysis included Poisson regression models by infection points (Joinpoint) stratified by gender. RESULTS There was a total of 40,054 new leprosy cases with a downward trend of the overall detection rate (Average Annual Percent Change [AAPC = -0.4, 95%CI -2.8-1.9] and a non-significant increase in children under 15 years (AAPC = 0.2, 95%CI -3.9-4.5). The proportion of grade 2 disability among new cases increased significantly (AAPC = 4.0, 95%CI 1.3-6.8), as well as the proportion of multibacillary cases (AAPC = 2.2, 95%CI 0.1-4.3). Stratification by gender showed a downward trend of detection rates in females and no significant change in males; in females, there was a more pronounced upward trend of the proportion of multibacillary and grade 2 disability cases. CONCLUSIONS Leprosy is still highly endemic in the state of Bahia, with active transmission, late diagnosis, and a probable hidden endemic. There are different gender patterns, indicating the importance of early diagnosis and prompt treatment, specifically in males without neglecting the situation among females.
RESUMO OBJETIVO Analisar, segundo gênero, as tendências temporais dos coeficientes de detecção de casos novos de hanseníase na população geral e em crianças, do coeficiente de grau 2 de incapacidade física e da proporção de casos multibacilares no estado da Bahia, no período de 2001 a 2014. MÉTODOS Estudo de série temporal baseado em dados epidemiológicos relativos à hanseníase oriundos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. A análise de tendência temporal incluiu modelos de regressão de Poisson por pontos de inflexão (Joinpoint), considerando-se a dimensão de gênero. RESULTADOS Dos 40.054 casos notificados no período, verificou-se tendência de redução no coeficiente de detecção geral (Average Annual Percent Change [AAPC] = -0,4; IC95% -2,8-1,9) e aumento em menores de 15 anos sem significância estatística (AAPC = 0,2; IC95% -3,9-4,5). Para o coeficiente de detecção com grau 2 de incapacidade física, a tendência foi de aumento significativo (AAPC = 4,0; IC95% 1,3-6,8), assim como nos casos multibacilares (AAPC = 2,2; IC95% 0,1-4,3). A análise estratificada por gênero indicou tendência de redução dos coeficientes de detecção entre as mulheres e de manutenção entre os homens, sem significância estatística. Em relação ao coeficiente de detecção em menores de 15 anos, a tendência de redução é mais acentuada nas mulheres do que entre os homens. As mulheres apresentaram tendência mais acentuada de aumento na proporção de casos multibacilares e do coeficiente de detecção de grau 2 de incapacidade. CONCLUSÕES O estado da Bahia mantém alta endemicidade, transmissão ativa, diagnóstico tardio e provável endemia oculta de hanseníase. Há um padrão diferencial segundo gênero, tornando central o diagnóstico e tratamento oportuno com estratégias diferenciadas para os homens, sem desconsiderar a situação entre as mulheres.