O benevolente e a "vítima" na prostituição: Poder e violência simbólica em interações entre prostitutas e a Pastoral da Mulher Marginalizada
El benevolente y la "víctima" en la PROSTITUICIÓN: poder y violencia simbólica en las relaciones entre prostitutas y la Pastoral de la Mujer Marginalizada
The benevolent and the "victim" in prostitution: power and symbolic violence in interactions between prostitutes and the Marginalized Women's Ministry

Sex., salud soc. (Rio J.); (27), 2017
Publication year: 2017

Resumo O artigo aborda o papel de organizações dedicadas ao "resgate" de prostitutas no Brasil, cujas práticas quase artesanais de assistência são assumidas principalmente por organizações religiosas. Tais organizações imaginam-se como sujeitos benevolentes, enquanto constroem as prostitutas necessariamente como "vítimas". A partir de pesquisa etnográfica, analisa-se a desigualdade de poder e a violência simbólica que permeiam as relações entre prostitutas e integrantes de uma organização da Igreja Católica - a Pastoral da Mulher Marginalizada. O processo de subalternização de prostitutas mostra desacordos entre o discurso e as práticas mediante os quais essa organização pretende mudar a vida das mulheres sujeitas às suas intervenções, particularmente através do procedimento de deixá-las falar, mas sem ouvi-las, ou de silenciá-las.
Resumen El artículo aborda el papel de organizaciones dedicadas al "rescate" de prostitutas en Brasil, cuyas prácticas casi artesanales de asistencia son asumidas principalmente por organizaciones religiosas. Tales organizaciones se imaginan como sujetos benevolentes, mientras construyen a las prostitutas necesariamente como "víctimas". Con base en una investigación etnográfica se analiza la desigualdad de poder y la violencia simbólica que permean las relaciones entre prostitutas e integrantes de una organización de la Iglesia Católica - la Pastoral de la Mujer Marginalizada. El proceso de subalternización de prostitutas muestra desacuerdos entre el discurso y las prácticas mediante las cuales esa organización pretende cambiar la vida de esas mujeres, especialmente a través del procedimiento de dejarlas hablar, pero sin oírlas, o silenciarlas.
Abstract This article addresses the role of organizations dedicated to the "rescue" of female prostitutes in Brazil, whose handicraft-like practices of assistance are assumed mainly by religious organizations. Such organizations are imagined as benevolent subjects, while constructing prostitutes necessarily as "victims". Based on an ethnographic inquiry, I analyze the inequality of power, and symbolic violence permeating the relations between prostitutes and members of a Catholic Church organization - the Marginalized Women's Ministry. The process of subalternization of prostitutes shows disagreements between the discourse and practices by which the organization intends to change the life of the women subjected to their intervention, particularly by speaking to them, but without hearing them, or by silencing them.

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