Geriatr., Gerontol. Aging (Online); 12 (1), 2018
Publication year: 2018
OBJETIVO:
Descrever e identificar fatores de natureza sociodemográfica e de comportamentos em saúde associados à percepção negativa de autocuidado em idosos residentes na comunidade de sete cidades brasileiras. MÉTODOS:
Trata-se de um estudo transversal com dados do Estudo sobre Fragilidade em Idosos Brasileiros. Foram selecionadas características sociodemográficas, de comportamentos relacionados à saúde e de percepção de autocuidado em saúde. Para as análises, foram estimadas as distribuições percentuais e os respectivos intervalos de confiança de 95%, com nível de significância de 5%. Foi utilizada a análise de regressão logística univariada e multivariada, com critério stepwise de seleção de variáveis. RESULTADOS:
Da amostra total de 2.552 idosos, a maioria foi de mulheres (65,8%), com idade média de 72,3 ± 5,5 anos. A pior percepção de autocuidado foi associada à não utilização de serviço odontológico (OR = 1,48; p < 0,001), faixa de renda de 1,1 a 3 salários mínimos (OR = 1,46; p = 0,049), tabagismo (OR = 1,41; p = 0,030), sedentarismo (OR = 1,32; p = 0,003) e sexo masculino (OR = 1,24; p = 0,023). CONCLUSÃO:
Embora não tenham sido encontradas altas frequências de comportamentos negativos em saúde, destaca-se a associação com fatores modificáveis, como o sedentarismo e o tabagismo. A ausência de busca por serviços odontológicos continua sendo aspecto desafiador entre idosos. Os resultados apontam para um potencial indicador subjetivo nos levantamentos clínicos e de pesquisa em saúde ao longo do envelhecimento.
OBJECTIVE:
To describe and identify sociodemographic factors and health behaviors associated with a negative perception of self-care in community-resident older adults in seven Brazilian cities. METHODS:
This is a cross-sectional analysis of data from the Frailty in Brazilian Older Adults (FIBRA) study. Sociodemographic characteristics, health-related behaviors, and perception of self-care in health were assessed. For analysis, percentage distributions and respective 95% confidence intervals were estimated, at a significance level of 5%. Univariate and multivariate logistic regression analyses were carried out, with stepwise variable selection. RESULTS:
Of 2,552 older adults in the overall sample, most (65.8%) were women, with a mean age of 72.3 ± 5.5 years. The worst perception of self-care was associated with non-use of dental care services (OR = 1.48, p < 0.001), income range from 1.1 to 3 times the minimum wage (OR = 1.46, p = 0.049), smoking (OR = 1.41, p = 0.030), sedentary lifestyle (OR = 1.32, p = 0.003), and male gender (OR = 1.24, p = 0.023). CONCLUSION:
Although no high frequencies of negative health behaviors were found, the association of poor perception of self-care with modifiable factors, such as sedentary lifestyle and smoking, stands out. Failure to seek dental care continues to be a challenging aspect among the elderly. These results point to a potential subjective indicator for clinical and health research surveys throughout the aging process.