REME rev. min. enferm; 22 (), 2018
Publication year: 2018
Introdução:
A adolescência é fase de mudanças biológicas, cognitivas, emocionais e sociais, com a adoção de estilos de vida e ganho de autonomia, mas, também, de vulnerabilidades. Por predominar a higidez física, há comumente ausência de demanda espontânea e de ações nos serviços voltadas para esse grupo. Objetivo:
analisar demandas de adolescentes relacionadas ao estilo de vida na interface com a saúde. Método:
estudo qualitativo, tendo integralidade como categoria analítica, desenvolvido com adolescentes de duas escolas públicas. O material empírico foi produzido por oficinas de reflexão que constituem espaço de construção coletiva do conhecimento. Foi analisado pela técnica de análise de discurso, na qual o discurso é uma posição social cujas formações ideológicas são materializadas na linguagem. Resultados:
adolescentes concebem a saúde sob o olhar da promoção e da proteção, destacando alimentação saudável como valor a ser incorporado, atividade física como geradora de prazer e bem-estar e distanciando-se do corpo sob o ideal de beleza; uso e abuso de drogas como espaço de vulnerabilidades. Conclusão:
adolescentes apresentam visão crítica sobre a realidade e valorizam especificidades da adolescência como demandantes de cuidados. Suas demandas devem ser ponto de partida para o planejamento de ações na perspectiva da integralidade, o que requer parceria entre sistemas de saúde.
Introduction:
Adolescence is a phase where biological, cognitive, emotional and social changes take place, lifestyles are adopted and autonomy is gained, but it is also a phase of vulnerabilities. Because physical health predominates in this life phase, there is a common lack of spontaneous demand and actions in health services directed to this group. Objective:
To analyze the demands of adolescents related to their lifestyle in the interface with health.
Method:
This is a qualitative study with comprehensiveness as analytical category, developed with adolescents of two public schools. The empirical material was produced in reflection workshops, which constituted the space for collective construction of knowledge. Data were analyzed through the discourse analysis technique, for which a discourse is a social position whose ideological formations are materialized in language. Results:
Adolescents conceive health under the view of promotion and protection, highlighting healthy eating as a value to be incorporated; physical activity as a generator of pleasure and well-being, and non-related to the view of body as an ideal beauty standard; and drug use and abuse as a space of vulnerability. Conclusion:
Adolescents presented a critical view about reality and they valued the specificities of adolescents as objects of care. Their demands should be a starting point for planning actions in the perspective of comprehensiveness, which requires a partnership between health and educational systems.