Revascularização cirúrgica do miocárdio - análise crítica da evolução e estado atual
Surgical mocardial revascularization - critical analysis of its evolution and current state
Rev. Soc. Cardiol. Estado de Säo Paulo; 28 (1), 2018
Publication year: 2018
O desenvolvimento da cinecoronariografia por Sones, no início da década de 1960, abriu caminho para a moderna cirurgia de revascularização do miocárdio. Em 1967, Favarolo realizou as primeiras pontes de veia safena e a técnica se expandiu mundialmente. Apesar de seu começo empolgante, no início da década de 1970, estudos angiográficos mostraram taxas de oclusão dos enxertos venosos, no primeiro ano, entre 10 a 15%. Em 1986, Loop e colaboradores mostraram o aumento da sobrevida dos pacientes em 10 anos, quando utilizava-se a artéria torácica interna esquerda anastomosada na artéria descendente anterior. Lytle, em 1999, indicou que esse benefício era melhorado quando utilizava-se ambas as artérias torácicas internas. Paralelamente, novas técnicas também foram surgindo, como a cirurgia sem o uso da circulação extracorpórea e, também, a partir de 1995, a utilização de mini acesso. Durante todos esses anos, inúmeros estudos foram realizados, dentre eles podemos destacar: o estudo SYNTAX e sua grande contribuição com o desenvolvimento do syntax score ; o estudo Freedom, mostrando que pacientes diabéticos apresentam maior benefício com a cirurgia de revascularização do miocárdio em comparação ao tratamento percutâneo. Em relação às lesões de tronco de coronária esquerda, dois grandes estudos (NOBLE e EXCEL) mostraram que o tratamento percutâneo, em pacientes com syntax score baixo, é uma boa opção terapêutica. Nas síndromes coronarianas agudas sem elevação do segmento ST no eletrocardiograma, a opinião do Heart Team é de extrema importância para decisão de qual tratamento realizar, seja ele clínico, percutâneo ou cirúrgico. Já nas SCA com elevação do segmento ST no eletrocardiograma, o tratamento por cateter, com a colocação de stent, é o preferencial, reservando o tratamento cirúrgico apenas para casos de falha no tratamento percutâneo ou quando há aparecimento de complicações mecânicas
The development of coronary angiography by Sones, in the early 1960s, opened the way for modern myocardial revascularization surgery. In 1967, Favarolo performed the first saphenous vein coronary artery bypass grafting (CABG) surgery, and the technique expanded worldwide. Despite its exciting start, at the beginning of the 1970s, angiographic studies showed vein graft occlusion rates, in the first year, of between 10% and 15%. In 1986, Loop and colleagues showed increased 10-year patient survival when the left anastomosed internal thoracic artery was used in the left anterior descending artery. Lytle, in 1999, indicated that this benefit was improved when both internal thoracic arteries were used. Meanwhile, new techniques were also emerging, such as off-pump CABG and since 1995, the use of minimally invasive surgery. During these years, numerous studies were carried out, including: the SYNTAX Trial, with its major contribution with the development of the syntax score; and the Freedom Trial, which showed that diabetic patients still benefit most from myocardial revascularization surgery compared to percutaneous
treatment. In relation to lesions of the left coronary trunk, two large studies (NOBLE and EXCEL) showed that percutaneous treatment in patients with a low syntax score is a good therapeutic option. In acute coronary syndromes without ST segment elevation in the electrocardiogram, the opinion of the Heart Team is extremely important for deciding on the best treatment, be it clinical, percutaneous, or surgical. In ACS with ST segment elevation in the electrocardiogram, catheter treatment with stent placement is the preferred choice, reserving surgical treatment only for cases of percutaneous treatment failure, or where there are mechanical complications.
Revascularización Miocárdica/métodos, Vasos Coronarios, Vena Safena, Infarto del Miocardio/complicaciones, Insuficiencia Cardíaca/complicaciones, Factores de Riesgo, Trasplantes, Stents Liberadores de Fármacos, Intervención Coronaria Percutánea/métodos, Resultado del Tratamiento, Diabetes Mellitus, Everolimus/uso terapéutico