Int. j. cardiovasc. sci. (Impr.); 31 (3), 2018
Publication year: 2018
Fundamento:
A remodelagem cardÃaca depende da intensidade, da duração e do método de treinamento. Objetivo:
Avaliar se o treinamento realizado em uma tropa especial portuguesa incrementa a remodelagem cardÃaca em uma amostra de jovens que previamente praticavam esporte de competição.
Métodos:
Estudo prospectivo que incluiu 76 militares candidatos a tropas especiais, 45 dos quais praticavam previamente exercÃcio fÃsico de nÃvel competitivo (> 10 horas por semana). Destes militares atletas, apenas 17 concluÃram com sucesso o curso. A avaliação foi realizada com 6 meses de intervalo e incluiu história clÃnica completa, exame fÃsico, sinais vitais, dados antropométricos e avaliação ecocardiográfica. Considerou-se significância estatÃstica quando p < 0,05, com intervalo de confiança de 95%. Resultados:
No final do curso, verificaram-se diminuição da porcentagem de massa gorda (19,1 ± 3,3% vs. 13,1 ± 3,5%; p < 0,01), aumento da porcentagem de massa muscular (41,3 ± 2,1% vs. 44,4 ± 1,8%; p < 0,01), e diminuição da pressão arterial sistólica, diastólica e frequência cardÃaca. Em relação à remodelagem cardÃaca, verificaram-se aumento do
diâmetro diastólico do ventrÃculo esquerdo (49,7 ± 3,2 mm vs. 52,8 ± 3,4 mm; p < 0,01), aumento tendencial do volume do
átrio esquerdo (27,3 ± 4,5 mL/m2 vs. 28,2 ± 4,1 mL/m2; p = 0,07) e aumento da massa do ventrÃculo esquerdo (93,1 ± 7,7g/m2
vs. 100,2 ± 11,4 g/m2; p < 0,01). As variáveis funcionais também sofreram alterações, com aumento do S’ (15 (13-16)
cm/s vs. 17 (16-18) cm/s; p < 0,01) e diminuição da fração de ejeção do ventrÃculo esquerdo (60 ± 6% vs. 54 ± 6%; p < 0,01).
Conclusão:
O treinamento fÃsico militar intenso provocou remodelagem cardÃaca adicional em atletas de nÃvel
competitivo, tanto estrutural como funcional
Background:
Cardiac remodeling depends on the intensity, duration, and training method. Objective:
To evaluate if the training performed in a Portuguese military special operations troop increases cardiac remodeling in a sample of young individuals who previously practiced competitive sports. Methods:
A prospective study involving 76 military candidates for military special operations, 45 of whom previously practiced at competitive level (> 10 hours per week). Of these military athletes, only 17 successfully completed the course. The evaluation was performed at 6 months intervals and included a complete clinical history, physical examination, vital signs, anthropometric data and echocardiographic evaluation. Statistical significance was considered when p < 0.05, with a 95% confidence interval. Results:
At the end of the course, there was a decrease in the percentage of fat mass (19.1 ± 3.3% vs. 13.1 ± 3.5%; p < 0.01), an increase in the percentage of lean mass (41.3 ± 2.1% vs. 44.4 ± 1.8%; p < 0.01), and decreased systolic and diastolic blood pressure and heart rate. Regarding
cardiac remodeling, there was an increase in left ventricular diastolic diameter (49.7 ± 3.2 mm vs. 52.8 ± 3.4 mm; p < 0.01), an increase trend in left atrial volume (27.3 ± 4.5 mL/m2 vs. 28.2 ± 4.1 mL/m2; p = 0.07) and increased left ventricular mass (93.1 ± 7.7 g/m2 vs.100.2 ± 11.4 g/m2 ; p < 0.01). Functional variables also changed, with an increase in S’ (15 (13-16) cm/s vs. 17 (16-18) cm/s; p < 0,01) and a decrease in left ventricular ejection fraction (60 ± 6% vs. 54 ± 6%; p < 0.01). Conclusion:
Intense military physical training resulted in additional cardiac remodeling in athletes of competitive level, both structural and functional