Acompanhamento do paciente diabético com DAC crônica: otimização do tratamento medicamentoso e momento de intervenção
Follow-up of the diabetic patient with chronic CAD: optimizing drug treatment and moment of intervention

Rev. Soc. Cardiol. Estado de Säo Paulo; 28 (2), 2018
Publication year: 2018

A causa mais comum de mortalidade no paciente diabético é a doença cardiovascular, tendo como um de seus principais representantes a doença arterial coronariana (DAC). Homens acima de 40 anos e mulheres acima de 50 anos com DM tipo um ou tipo dois, geralmente, apresentam risco de eventos coronarianos > 2% ao ano. O risco de eventos cardiovasculares ou óbito será mais elevado quando houver diagnóstico clínico de DAC crônica após infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) ou ataque isquêmico transitório ou mesmo na presença de angina do peito, dispneia de origem isquêmica (equivalente anginoso), claudicação intermitente ou doença da aorta.

Os objetivos fundamentais do tratamento da DAC crônica nos pacientes diabéticos não se diferenciam da população não diabética e incluem:

prevenção do infarto do miocárdio e redução da mortalidade; redução dos sintomas e da ocorrência da isquemia miocárdica, proporcionando melhor qualidade de vida. Todos os pacientes diabéticos com doença cardiovascular aterosclerótica estabelecida devem receber terapia farmacológica otimizada, medicamentos que reduzam a incidência de infarto e aumentem a sobrevida e medicamentos que melhorem a qualidade de vida dos pacientes. Dessa forma, é fundamental e de prioridade iniciar o tratamento com medicamentos que reduzam a morbimortalidade e associar, quando necessário, medicamentos que controlem a angina e reduzam a isquemia miocárdica. A intervenção de revascularização na DAC crônica em pacientes diabéticos, seja percutânea ou cirúrgica, não deve ser considerada como alternativa, mas sim, como complementar ao tratamento medicamentoso otimizado. O momento dessas intervenções ainda é motivo de diversas controvérsias dentro da cardiologia, mas deve ser considerado quando houver ineficácia desse tratamento medicamentoso otimizado. Portanto, a decisão quanto a intervenção diagnóstica e terapêutica invasiva vai depender, principalmente, do risco a que o paciente é submetido, dependendo da presença e extensão da isquemia miocárdica e da severidade da sintomatologia da dor ou outro sintoma que possa indicar um equivalente isquêmico (disfunção ventricular e/ou arritmia).
The most common cause of mortality among diabetic patients is cardiovascular disease, one of the main representatives of which is coronary artery disease (CAD). Men aged over 40 years and women over 50 years with type 1 or type 2 DM generally present risk of coronary events of >2% a year. The risk of cardiovascular events or death is higher when there is a clinical diagnosis of chronic CAD following myocardial infarction, cerebrovascular accident (CVA) or transitory ischemic attack, or even in the presence of angina of the chest, dyspnea of ischemic origin (anginal equivalent), intermittent claudication, or aortic disease. The fundamental objectives of treatment of chronic CAD in diabetic patients are no different from those in the non-diabetic population, and include: preventing myocardial infarction and reducing mortality; reducing the symptoms and occurrence of myocardial ischemia, improving quality of life. All diabetic patients with established atherosclerotic cardiovascular disease should receive optimized pharmacological therapy, medications that reduce the incidence of stroke and increase survival, and medications that improve the patients’ quality of life. Therefore, it is fundamentally important to begin treatment with medications that reduce morbimortality and toassociate, where necessary, medications that control angina and reduce myocardial ischemia. Revascularization intervention in chronic CAD in diabetic patients, whether percutaneous or surgical, should not be considered as an alternative, but rather, as complementary to optimized drug treatment. The best time to perform these interventions is still a motive of various controversies within cardiology, but should be considered when this optimized drug treatment is ineffective. Therefore, the decision on diagnostic and invasive therapeutic intervention will depend, mainly, on the risk to which the patient is exposed, depending on the presence and extent of the myocardial ischemia and the severity of the pain or other symptoms that may indicate an ischemic equivalent (ventricular dysfunction and/or arrhythmia).

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