Profilaxia pré-exposição no controle do HIV: uma revisão de efetividade e potenciais complicações
Preexposure prophylaxis for HIV control: a review of effectiveness and potential complications

Acta méd. (Porto Alegre); 39 (1), 2018
Publication year: 2018

INTRODUÇÃO. A infecção por HIV permanece sendo um problema de saúde mundial. Dessa forma, a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) surgiu como um método complementar de prevenção. Este trabalho tem como objetivo avaliar a eficácia da PrEP contra a infecção por HIV, o contexto de resistência viral e incidência de infecções sexualmente transmissíveis. MÉTODOS. Revisão narrativa, com busca de artigos na plataforma PubMed, utilizando os descritores HIV AND PrEP, filtrando para artigos do tipo ensaio clínico ou coorte prospectiva, realizados em humanos, publicados há, no máximo, 10 anos e em língua inglesa. RESULTADOS. A eficácia da PrEP contra infecção por HIV foi avaliada por 8 estudos. Elevados níveis de proteção contra o HIV foram demonstrados, com taxas de efetividade variando entre 73% e 85% considerando aderência adequada ao tratamento profilático. A resistência viral foi reportada em 7 estudos que avaliaram pacientes infectados por HIV durante o uso da PrEP, 6 deles identificaram casos de resistência viral, variando conforme os níveis de aderência obtidos e o perfil de uso dos pacientes. Um estudo feito em Montreal, Canadá, verificou maior incidência de infecções sexualmente transmissíveis em indivíduos usuários de PrEP, com um aumento generalizado de 72%. CONCLUSÃO. A PrEP é uma medida eficaz na proteção contra o HIV, sendo uma importante ferramenta de saúde pública no controle da doença. Apesar de sua efetividade, a PrEP não é isenta de limitações, repercutindo em riscos elevados de infecções sexualmente transmissíveis associadas e resistência viral. O papel do profissional de saúde é fundamental na indicação adequada e acompanhamento de pessoas que podem se beneficiar do uso da PrEP.
AIMS. HIV infection is a worldwide health issue, in that scenario PrEP has emerged as a complementary method of prevention. This review aims to evaluate the effectiveness of Pre-exposure prophylaxis (PrEP) against HIV infection, the viral resistance context, and the incidence of associated sexually transmitted infections. METHODS. It was conducted a narrative review on the PubMed platform using the descriptors HIV AND PrEP. Included studies were clinical trials or prospective cohorts, performed in humans, published in a maximum of 10 years and in English language. RESULTS. The effectiveness of PrEP against HIV infection was evaluated by 8 studies. High levels of protection against HIV have been demonstrated, with effectiveness rates varying between 73% and 85% in studies with proper adherence to the prophylactic treatment. Viral resistance was reported in 7 studies evaluating HIV-infected patients during the use of PrEP, 6 of which have identified cases of viral resistance, varying according to adherence levels achieved and patient profile. A study in Montréal, Canada, found a higher incidence of sexually transmitted infections in individuals using PrEP, with a generalized increase of 72%. CONCLUSION. PrEP is an effective way of prevention and an important public health tool for disease control. Despite its effectiveness, PrEP has limitations: it reflects higher risks of sexually transmitted diseases and viral resistance. Health professionals play a central role indicating PrEP and following-up people who can benefit from its use.

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