Leishmaniose e plantas medicinais: uma revisão
Leishmaniasis and medicinal plants: a review
Arq. ciências saúde UNIPAR; 22 (3), 2018
Publication year: 2018
A leishmaniose, segundo a Organização Mundial de Saúde, é uma das mais negligenciadas doenças tropicais re-emergentes, sendo reportada em várias partes do globo. Diante das dificuldades encontradas com as drogas disponíveis no mercado atualmente, como a elevada toxicidade e, em alguns casos, resistência por parte do parasito, inúmeras pesquisas tem sido realizadas com o objetivo de encontrar novas alternativas para o tratamento da leishmaniose. Nesse contexto, chama-se a atenção para o foco em compostos oriundos de plantas, as quais podem apresentar moléculas que tragam bons resultados no futuro. O objetivo de presente trabalho foi o de realizar uma revisão bibliográfica sobre produtos naturais utilizados em pesquisas com Leishmania como potenciais agentes utilizados como forma de tratamento contra o referido parasita. Foram analisados artigos científicos publicados nos últimos 5 anos nas bases eletrônicas de dados indexados na base de dados da LILACS, PubMed e ScienceDirect, utilizando os descritores em português “plantas medicinais”, “leishmania” e seus correspondentes em Inglês. Selecionaram-se 61 artigos de estudos científicos, oriundos de 17 países, a maioria realizada no Brasil e Índia. Com base nos mecanismos de ação propostos pelos autores dos trabalhos realizados com amastigotos de Leishmania, grande parte está associada com estresse oxidativo na célula e com alterações no ambiente do macrófago, criando espécies reativas que funcionam como microbicidas. É possível que um composto ativo de uma planta tenha mais de um alvo na célula, sendo capaz de interferir de diferentes maneiras, dependendo do tipo celular e dos alvos disponíveis. As vantagens da utilização da fitoterapia incluem o baixo custo, baixa incidência de efeitos colaterais e sua efetividade. Além disso, é importante que sejam consideradas as espécies vegetais disponíveis no local, visando à diminuição nos custos do fitoterápico.
According to the World Health Organization, Leishmaniasis is one of the most neglected re-emerging tropical diseases, being reported in several parts of the globe. In view of the difficulties encountered with drugs currently available on the market, such as high toxicity and, in some cases, resistance by the parasite, research has been carried out to find new alternatives for treating this disease. The objective of this study was to carry out a literature review on natural products used in Leishmania studies as potential treatment agents against that parasite. Scientific papers published in the past five years on the LILACS, PubMed and ScienceDirect electronic databases were analyzed using the following descriptors in English language and their correspondent in Portuguese: “medicinal plants” and “leishmania”. A total of 61 articles from 17 countries were selected, mostly from Brazil and India. Based on the action mechanisms proposed by the authors of the studies performed with Leishmania amastigotes, a great part is associated with the oxidative stress in the cell and with changes in the macrophage environment, creating reactive species that act as microbicides. It is possible that an active compound from a given plant has more than one target in the cell, being able to interfere in different ways depending on the cell type and available targets. The advantages of using phytotherapy include low cost, low incidence of side effects, and high effectiveness. In addition, it is important to consider locally available plant species aimed at reducing costs.