HU rev; 43 (2), 2017
Publication year: 2017
O trabalho teve como questão norteadora:
como é a atuação dos enfermeiros na identificação e notificação
dos casos de violência contra a mulher nas Unidades de Pronto Atendimento? Assim, objetivou compreender
a atuação destes profissionais na identificação e notificação dos casos de violência contra a mulher nessa
modalidade de atendimento do Sistema Único de Saúde. Pesquisa qualitativa, realizada em 2014. Os sujeitos
foram dez enfermeiros, sendo a amostra escolhida por conveniência e por critérios que englobaram o objetivo
do estudo: pertencimento ao quadro funcional da UPA e atuação em gerência e/ou na assistência aos usuários.
Utilizou-se entrevista semiestruturada, com questões que abordaram: a identificação dos tipos de violência
mais frequente no serviço e o papel do enfermeiro na notificação, bem como a dificuldade para efetuá-
-la. A análise se deu de acordo com a análise do conteúdo de Bardin. Os tipos de violências mais comuns,
identificados pelos enfermeiros entrevistados, foram a psicológica e a física. O processo de identificação e
notificação dos casos de violência contra a mulher esbarra na falta de preparo e o receio dos enfermeiros se
envolverem no caso. Os mesmos confundem o ato de notificar com denúncia e criminalização, contribuindo
para a invisibilidade do problema. É preciso capacitação, reflexão e suporte aos enfermeiros para que se sintam
aptos e seguros a trabalhar com a problemática, uma vez que este tem um papel crucial na detecção de casos
de violência contra a mulher nos serviços de saúde.
The study had as a guiding question:
how is the nurses role in identifying and reporting cases of violence against
women in the Emergency Care Units? Thus, the objective was to understand the role of these professionals
in the identification and reporting of cases of violence against women in this modality of care of the Unified
Health System. Qualitative research, conducted in 2014. The subjects were ten nurses, the sample chosen for
convenience and criteria that encompassed the objective of the study: membership of the UPA’s staff and
performance in management and/or assistance to users. A semi-structured interview was used, with questions
that addressed: identification of the types of violence most frequent in the service and the role of the nurse
in the notification, as well as the difficulty to perform it. The analysis took place according to the analysis
of the Bardin content. The most common types of violence, identified by the nurses interviewed, were the
psychological and the physical. The process of identifying and reporting cases of violence against women is
hampered by the lack of preparation and the fear of nurses getting involved in the case. They confuse the act
of notifying with denunciation and criminalization, contributing to the invisibility of the problem. Nurses
need training, reflection and support so that they feel safe and able to work with the problem, since it has a
crucial role in the detection of cases of violence against women in health services.