Autoavaliação: instrumento para reflexão do processo de trabalho nas equipes de saúde da família
Self-assessment: tool for reflection on family health team work processes

Rev. APS; 20 (4), 2017
Publication year: 2017

Este estudo teve como objetivo analisar como a autoavaliação desenvolvida pelo PMAQ pode contribuir na organização do processo de trabalho das equipes na perspectiva da integralidade da atenção. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que utilizou a entrevista coletiva e os resultados do questionário AMAQ - instrumento de “Autoavaliação para Melhoria do Acesso e Qualidade”, que compõe uma das fases do Programa de Melhoria ao Acesso e Qualidade da Atenção Básica (PMAQ- AB) do Ministério da Saúde. Como resultado emergiu um núcleo de significado, Práticas de integralidade: dialogando com os resultados da autoavaliação AMAQ subdividida em três categorias: educação permanente e qualificação das equipes; organização do processo de trabalho; atenção integral à saúde. Identificou-se que a atenção integral desenvolvida pelos profissionais ainda é embrionária, para organizar o processo de trabalho orientado pela integralidade, apresentando dificuldades: ausência de um programa de educação permanente e de um planejamento integrado; a adscrição do território limitada à atualização de cadastros, não integração entre os pontos da rede de atenção à saúde e contatos intersetoriais prejudicados pela burocracia. Como potencialidades, observou-se o acolhimento; visitas domiciliares programadas; desenvolvimento de ações preventivas e promocionais e acompanhamento de grupos de riscos que, embora frágeis, sinalizam mudanças para transição do modelo assistencial. A autoavaliação pelas equipes do município se apresentou como ferramenta dinamizadora na identificação de demandas para Educação Permanente e organização do processo de trabalho, que possam subsidiar concepções e práticas profissionais na Atenção Básica sob a perspectiva da integralidade.
This study aimed to analyze how the self-assessment developed by the AQIP can contribute to the organization of the work process of teams, from the perspective of integrated care. This is qualitative research that used the group interview and the results of the AQIS questionnaire - the "Access and Quality Improvement Self-assessment" instrument, which is one of the stages of the Access and Quality Improvement Program for Primary Care (AQIP-PC) of the Ministry of Health. As a result, a core of meaning emerged, Integrated Practices: dialoguing with the AQIS self-assessment results subdivided into three categories: ongoing education and qualification of the teams; organization of the work process; integrated health care. It was found that integrated care developed by the professionals is still embryonic in organizing the work process guided by integration, presenting difficulties: the absence of a continuing education program and of integrated planning; information on the coverage area limited to updating entries; no integration between health care network points; and intersectoral contacts hampered by bureaucracy. Seen as possibilities, there was collaborative care, scheduled home visits, development of preventive and promotional activities, and the monitoring of risk groups, which although weak, signal transitional changes to the care model. The self-assessment by the municipality's teams represented a dynamic tool in the identification of demands for ongoing education and work process organization that can support concepts and professional practices in basic care from the integrated perspective.

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