RFO UPF; 23 (2), 2018
Publication year: 2018
Objetivo:
avaliar se os hábitos alimentares maternos relatados durante a gestação influenciam a ingestão de sacarose das crianças nos primeiros dois anos de vida. Sujeitos e método:
participaram da pesquisa 204 díades mãe-filho acompanhadas por um programa de atenção odontológica materno-infantil em uma cidade no sul do Brasil. As variáveis independentes foram obtidas por meio dos prontuários odontológicos disponibilizados pelo programa. Os hábitos alimentares maternos foram coletados durante a gestação e a ingestão diária de sacarose pelas crianças foi baseada em um questionário alimentar de frequência, dicotomizado em < 4 vezes/ dia e ≥ 4 vezes/dia. A análise multivariada foi realizada com modelos de regressão de Poisson, com variância robusta para estimar a razão de prevalência e os intervalos de confiança de 95%. Resultados:
a prevalência do consumo de sacarose nos primeiros dois anos de vida, com uma elevada ingestão de sacarose (≥ 4 vezes/dia), foi detectada em 90,69% das crianças. Após o ajuste, o desfecho (alta ingestão de sacarose) foi 10% maior para as crianças cujas mães relataram beber bebida açucarada para satisfazer sua sede durante a gestação [RP = 1,10 (IC95%: 1,02-1,18)]. Conclusões:
a maioria das crianças apresentou alta ingestão de sacarose em idade precoce. A triagem de mulheres grávidas para consumo de bebidas açucaradas pode ser uma maneira possível de reconhecer crianças em risco futuro de alta ingestão de sacarose na primeira infância. (AU)
Objective:
to assess whether maternal eating habits reported
during pregnancy influence their children’s sucrose
intake in the first two years of life. Subjects and
method:
a total of 204 mother-child dyads followed-up
by a maternal and child oral care program in southern
Brazil participated in the study. The independent variables
were obtained from dental records provided by
the program. The maternal eating habits were collected
during pregnancy and the daily sucrose intake of the
children was based on a frequency food questionnaire
dichotomized in <4 times/day and ≥4 times/day. The
multivariate analysis was performed using Poisson regression
models with robust variance to estimate the
prevalence ratio and the 95% confidence intervals. Results:
the prevalence of sucrose intake in the first two
years of life was high. A high sucrose intake (≥4 times/
day) was detected in 90.69% of the children. After adjustment,
the outcome (high sucrose intake) was 10%
higher for children whose mothers reported drinking
sugar-sweetened beverages to satisfy their thirst during
pregnancy [PR = 1.10 (95%CI: 1.02-1.18)]. Conclusion:
most of the children presented a high sucrose intake
at an early age. Screening pregnant women for sugar-
-sweetened beverage intake may be a potential way to
recognize the children at risk for future high sucrose intake
in early childhood. (AU)