Fisioter. Bras; 19 (S4), 2018
Publication year: 2018
Introdução:
O futsal é um esporte de contato envolvendo constantes trocas de direções [1], de forma que aproximadamente 64% das lesões são causadas por contato e 12,1% delas ocorrem no tornozelo [2]. Entre os fatores de risco para as lesões no tornozelo estão a diminuição de dorsiflexão [3] e a perda de estabilidade dinâmica [4]. Uma das ferramentas capazes de auxiliar as alterações de movimento em atletas são os testes funcionais. O Lunge teste é uma avaliação da dorsiflexão em cadeia cinética fechada, tem associação com dor anterior do joelho [5] e uma restrição na mobilidade pode apresentar-se como um fator para entorses de
tornozelo [3]. Já o Star Excursion Balance Test (SEBT) é uma avaliação da estabilidade estática de membros inferiores que envolve 3 direções (anterior, posteromedial e posterolateral) [6] e tem sido associado com lesões de joelho e tornozelo [4,7]. Objetivo:
Avaliar a correlação da medida alcançada no teste Lunge com o desempenho na direção anterior do SEBT em atletas de futsal masculino. Material e métodos:
Vinte dois atletas de futsal (25,6 ± 5,7 anos, 82,3 ± 13,1 kg e 177,1 ± 7,1 cm), do sexo masculino, realizaram os testes de amplitude de dorsiflexão (teste Lunge) e estabilidade estática (SEBT). Para a composição dos testes foram utilizadas quatro fitas métricas de 1,5 metros, sendo uma para o Lunge teste e três para o SEBT, uma para cada direção. Na execução do teste Lunge o atleta foi orientado a posicionar o pé em uma fita métrica a uma distância inicial de 10 cm e tocar a parede com o joelho, mantendo o calcanhar em total contato com o solo. A distância foi reduzida caso o atleta não conseguisse manter o pé no apoio total, a maior distância obtida foi considerada para a análise após 3 tentativas. Para o SEBT o avaliado devia ficar em apoio unipodal, alcançar a maior distância possível nas direções anterior, posteromedial e posterolateral. Não sendo permitido retirar o calcâneo do contato com o solo e as mãos do quadril em qualquer das direções avaliadas, foi feito 2 tentativas para cada direção de familiarização e 3 tentativas válidas. Em proveito do estudo foi
considerada a média das 3 tentativas apenas na direção anterior. O membro dominante (D) e não dominante (ND) foi avaliado e para a análise dos dados utilizou-se a estatística descritiva e os procedimentos de correlação não paramétrica Rô de Spearman (nível de significância, p<0,01). A intensidade da correlação foi classificada como baixa (r<0,30), moderada (0,300,60). Resultados:
Os resultados obtidos demostram haver uma correlação entre o Lunge teste (D 12,48 ± 2,97 cm; ND 12,64 ± 3,22 cm) e o SEBT (D 56,93 ± 5,44 cm; ND 58,32 ± 5,49 cm) de r=0,741 e r=0,896 para D e ND respectivamente, com nível de significância de p<0,01. Essa é uma associação considerada forte. Conclusão:
Atletas de futsal masculino apresentaram correlação positiva entre da distância obtida no Lunge teste com o desempenho na direção anterior do SBET. Assim sendo, é possível afirmar que a diminuição de dorsiflexão em CCF está associada com a diminuição da distância alcançada na direção anterior do SEBT. (AU)