Transferência e resistência em uma psicoterapia psicanalítica interrompida
Transference and resistance in an interrupted psychoanalytic psychotherapy
Aletheia; 49 (2), 2016
Publication year: 2016
As diversas formas de transferências conhecidas são descritas como estratégias (inconscientes) que mascaram conteúdos internos do sujeito. Quando estes aparecem na sessão, por meio da transferência, cabe ao terapeuta encontrar o caminho para entendê-la e manejá-la para o benefício da relação pscioterapeuta-paciente. O objetivo foi descrever, de acordo com a experiência de um atendimento em psicoterapia de orientação psicanalítica interrompida, aspectos relevantes sobre o papel da transferência e seus desdobramentos. A transferência evidenciou com clareza a repetição, na relação terapêutica, de relações vazias e de abandono pregressas do paciente. Percebeu-se também a resistência do paciente em acessar tais conteúdos inconscientes e conflitivos. A experiência deixou clara a importância da transferência e da resistência na psicoterapia e que se ambas forem bem manejadas pelo terapeuta, podem servir-lhe de ferramenta capaz de conduzir o paciente no caminho de seus conteúdos latentes.
The various forms of known transfers are described as (unconscious) strategies that mask the subject's internal contents. When they appear in the session, through transference, it is up to the therapist to find the way to understand it and to manage it for the benefit of the patient-psychotherapist relationship. The objective of this study was to describe, according to the experience of an interrupted psychoanalytic oriented psychotherapy, aspects relevant to the role of transference and its consequences. The transfer clearly showed the repetition, in the therapeutic relationship, of empty relations and previous abandonment of the patient. The patient's resistance in accessing such unconscious and conflicting contents was also perceived. Experience has made clear the importance of transference and resistance in psychotherapy, and if both are well managed by the therapist, they can serve as a tool capable of leading the patient in the path of their latent contents.