Por que reconsiderar a indicação do rastreamento do câncer de mama?
Why reconsider the recommendation of breast cancer screening?
¿Por qué reconsiderar la indicación del rastreo del cáncer de mama?

Cad. Saúde Pública (Online); 32 (5), 2016
Publication year: 2016

Resumo:

O objetivo deste artigo foi discutir a recomendação do rastreamento mamográfico do câncer de mama e suas bases técnicas. A primeira parte tece considerações sobre critérios de decisão, que devem ser coerentes com evidências científicas de alta qualidade. A segunda discute o sobrediagnóstico, o maior dano do rastreamento, e seu significado questionador do modelo da história natural da doença. A terceira parte sintetiza estudos sobre eficácia, efetividade e danos do rastreamento, mostrando que os últimos (principalmente sobrediagnósticos e falsos positivos) são significativos e tornam a balança entre danos e benefícios duvidosa. Conclui-se que a recomendação de rastreamento mamográfico deve ser reconsiderada pelas autoridades sanitárias brasileiras em qualquer idade.

Abstract:

The aim of this article was to discuss the recommendation of mammogram screening for breast cancer and its technical basis. The first part discusses criteria for the decision, which should be consistent with high-quality scientific evidence. The second part discusses over-diagnosis (the greatest harm of screening) and its meaning in questioning the natural history of disease model. The third part summarizes studies on the efficacy, effectiveness, and harms of screening, showing that the latter (especially over-diagnosis and false-positives) are significant, shedding doubt on the balance between harms and benefits. In conclusion, the recommendation of mammogram screening at any age should be reconsidered by Brazilian health authorities.

Resumen:

El objetivo de este artículo fue discutir la recomendación del rastreo mamográfico del cáncer de mama y sus bases técnicas. La primera parte abarca consideraciones sobre criterios de decisión, que deben ser coherentes con evidencias científicas de alta calidad. La segunda parte discute sobre el diagnóstico, el mayor daño del rastreo, y su significado como cuestionador del modelo de la historia natural de la enfermedad. La tercera parte sintetiza estudios sobre eficacia, efectividad y daños del rastreo, mostrando que los últimos (principalmente sobre diagnósticos y falsos-positivos) son significativos y hacen que el equilibrio entre daños y beneficios sea dudoso. Se concluye que la recomendación de rastreo mamográfico debe ser reconsiderada por las autoridades sanitarias brasileñas en cualquier edad.

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