Violência física contra professores no espaço escolar: análise por modelos de equações estruturais
Violencia física contra profesores en el ámbito escolar: análisis mediante modelos de ecuaciones estructurales
Physical violence against schoolteachers: an analysis using structural equation models

Cad. Saúde Pública (Online); 34 (5), 2018
Publication year: 2018

Objetivou-se identificar associações de fatores sociodemográficos, do trabalho e do ambiente escolar com a ocorrência de violência física no espaço escolar contra professores. Trata-se de um estudo transversal com professores que atuavam há pelo menos um ano no Ensino Fundamental ou Médio da rede estadual de Londrina, Paraná, Brasil. Foram selecionadas, por conveniência, as 20 escolas com o maior número de professores do município. Os dados foram obtidos por meio de entrevistas e questionários autopreenchidos, nos anos de 2012 e 2013. Violência física foi definida como relatos de tentativas ou agressões físicas, com o uso de armas brancas ou de fogo, nos 12 meses anteriores à pesquisa. Modelos de equações estruturais foram utilizados para a análise dos dados. Dos 937 docentes elegíveis para a pesquisa, 789 (84,2%) foram entrevistados. A frequência de relatos de vitimização por violência física na escola foi de 8,4%. As condições de trabalho (número de locais e tipo de contrato de trabalho) apresentaram efeito direto sobre a violência física (p = 0,032), assim como ter vivenciado outras situações de violência na escola (p = 0,059). A idade (até 40 anos) apresentou relação indireta com a violência física, correlacionando-se com piores condições de trabalho. Com base nesses resultados, destaca-se a importância de melhora das condições de trabalho dos professores e de implantação de ações de prevenção à violência na escola e na sociedade.
El objetivo de este estudio fue identificar asociaciones entre factores sociodemográficos, laborales y de ambiente escolar con la ocurrencia de violencia física contra profesores en el ámbito escolar. Se trata de un estudio transversal, con profesores que ejercían desde hacía por lo menos un año en la enseñanza primaria o secundaria en la red estatal educativa de Londrina, Paraná, Brasil. Se seleccionaron, por su conveniencia, las 20 escuelas con mayor número de profesores del municipio. Los datos se obtuvieron mediante entrevistas y cuestionarios autocompletados, durante los años 2012 y 2013. La violencia física se definió como relatos de tentativas o agresiones físicas, con el uso de armas blancas o de fuego, durante los 12 meses anteriores a la investigación. Se utilizaron modelos de ecuaciones estructurales para los análisis de los datos. De los 937 docentes elegibles para la investigación, se les realizó la entrevista a 789 (84,2%). La frecuencia de relatos de victimización por violencia física en la escuela fue de 8,4%. Las condiciones de trabajo (número de locales y tipo de contrato de trabajo) presentaron un efecto directo sobre la violencia física (p = 0,032), así como haber vivido otras situaciones de violencia en la escuela (p = 0,059). La edad (hasta 40 años) presentó una relación indirecta con la violencia física, correlacionándose con peores condiciones de trabajo. En base a esos resultados, se destaca la importancia de una mejora en las condiciones de trabajo de los profesores y de la implantación de acciones de prevención frente a la violencia en la escuela y en la sociedad.
This study aimed to identify associations between sociodemographic, workplace, and school environmental factors and the occurrence of physical violence against teachers at school. This was a cross-sectional study of teachers that had been working for at least a year in elementary or middle schools in the state school system in Londrina, Paraná State, Brazil. A convenience sample was taken of the 20 schools with the most teachers in the city of Londrina. Data were obtained through interviews and self-completed questionnaires in 2012 and 2013. Physical violence was defined as reports of attempted or actual physical aggression using cold steel weapons or firearms in the 12 months prior to the study. Structural equation models were used for the data analysis. Of the 937 teachers eligible for the study, 789 (84.2%) were interviewed. The physical violence victimization rate in schoolteachers was 8.4%. Work conditions (number of schools where the teachers worked and type of employment contract) showed a direct effect on physical violence (p = 0.032), as did having experienced previous situations of violence in the school (p = 0.059). Age (up to 40 years) was indirectly related to physical violence, correlating with worse work conditions. The results highlight the importance of improving teachers' work conditions and implementing measures to prevent violence both in schools and in society as a whole.

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