Sexualidade e prevenção das IST/aids no cuidado em saúde mental: o olhar e a prática de profissionais no Município do Rio de Janeiro, Brasil
Sexuality and STD/AIDS prevention in mental health care: the views and practices of mental health professionals in the city of Rio de Janeiro, Brazil
Sexualidad y prevención de las ETS/SIDA en los cuidados dentro del ámbito de la salud mental: la perspectiva y práctica de profesionales en el municipio de Río de Janeiro, Brasil
Cad. Saúde Pública (Online); 34 (7), 2018
Publication year: 2018
A despeito dos avanços da Reforma Psiquiátrica e das elevadas taxas de infecção pelo HIV entre usuários de serviços de saúde mental, é evidenciada a falta de políticas de prevenção para essa população. Tal lacuna é agravada pela dificuldade de profissionais de saúde mental em abordar a sexualidade dos usuários de serviços de saúde mental. Este artigo analisa as percepções e práticas dos profissionais de saúde mental sobre esses temas em três modelos de serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do Município do Rio de Janeiro, Brasil. Foram realizados oito grupos focais com equipes de profissionais de saúde mental de uma instituição universitária pública, de um Centro de Atenção Psicossocial III (CAPS III) e do Consultório na Rua. Participaram 61 profissionais de saúde mental (40 mulheres e 21 homens), majoritariamente na faixa de 20 e 40 anos, residentes e profissionais de diversas áreas. Os profissionais de saúde mental reconheceram uma maior vulnerabilidade dos usuários de serviços de saúde mental às situações de violência sexual, mas não às IST/aids. Afirmaram ser importante abordar a sexualidade e a prevenção das IST/ aids, todavia, tais temas não aparecem nas discussões em equipe e raramente no dia a dia do cuidado devido à falta de formação e conhecimento dos profissionais de saúde mental, bem como da ausência de diretrizes e orientações institucionais. Os profissionais de saúde mental reconheceram suas dificuldades e reforçaram a importância da construção de espaços de troca de experiências nos serviços. Os achados apontam a necessidade de incorporar a sexualidade e a prevenção das IST/ aids na dinâmica institucional e na formação dos profissionais de saúde mental. Apesar da desinstitucionalização e dos avanços no campo da aids, além da oferta de um cuidado integral e humanizado, tais temas ainda não foram incorporados ao debate na RAPS. Foram indicadas recomendações que visam contribuir na melhoraria da qualidade do cuidado oferecido.
Despite major strides in the Psychiatric Reform and high HIV rates among users of mental health services, there is a lack of prevention policies for this population. The gap is further aggravated by mental health professionals' difficulty in approaching the sexuality of mental health care users. The article analyzes the perceptions and practices of mental health professionals concerning these issues in three service models in the Network of Psychosocial Care (RAPS) in the city of Rio de Janeiro, Brazil. Eight focus groups were held with mental health care teams from a public university institution in a Center for Psychosocial Care III (CAPS III) and a Street Outreach Service. A total of 61 health professionals participated (40 women and 21 men), mostly 20 to 40 years of age, both residents and professionals from various health fields. The health professionals identified greater vulnerability of users of mental health care services to situations of sexual violence, and not only to STD/AIDS. They emphasized the importance of addressing sexuality and STD/AIDS prevention; however, these issues do not appear in the team discussions and rarely surface in daily patient care due to their lack of training and knowledge, as well as to the absence of institutional guidelines. The health professionals admitted their difficulties and highlighted the importance of establishing spaces for exchange of experiences in the services. The findings point to the need to incorporate sexuality and STD/AIDS prevention in the institutional dynamics and training of mental health professionals. Despite mental health deinstitutionalization and strides in the AIDS field, in addition to the supply of comprehensive humanized care, such themes have still not been incorporated into the debates in the RAPS. The article concludes with recommendations to help improve the quality of mental health care.
Respecto a los avances de la Reforma Psiquiátrica y las elevadas tasas de infección por VIH entre usuarios de servicios de salud mental, se evidencia una falta de políticas de prevención para esta población. Tal laguna se agrava por la dificultad de los profesionales de salud mental en abordar la sexualidad de los usuarios de servicios de salud mental. Este artículo analiza las percepciones y prácticas de los profesionales de salud mental sobre esos temas en tres modelos de servicios de la Red de Atención Psicosocial (RAPS) del municipio de Río de Janeiro, Brasil. Se realizaron ocho grupos focales con equipos de profesionales de salud mental de una institución universitaria pública, de un Centros de Atención Psicosocial III (CAPS III) y de un consultorio en la calle. Participaron 61 profesionales de salud mental (40 mujeres y 21 hombres), mayoritariamente dentro de una franja de 20 a 40 años, residentes y profesionales de diversas áreas. Los profesionales de salud mental reconocieron una mayor vulnerabilidad de los usuarios de servicios de salud mental a situaciones de violencia sexual, pero no a las ETS/SIDA. Afirmaron que era importante abordar la sexualidad y la prevención de las ETS/SIDA, sin embargo, tales temas no aparecen en las discusiones en equipo y raramente en el día a día del cuidado, debido a la falta de formación y conocimiento de los profesionales de salud mental, así como la ausencia de directrices y orientaciones institucionales. Los profesionales de salud mental reconocieron sus dificultades y reforzaron la importancia de la construcción de espacios de intercambio de experiencias en los servicios. Los hallazgos apuntan la necesidad de incorporar la sexualidad y la prevención de las ETS/SIDA en la dinámica institucional y en la formación de los profesionales de salud mental. A pesar de la desinstitucionalización, y de los avances en el campo del SIDA, además de la oferta de un cuidado integral y humanizado, tales temas todavía no fueron incorporados al debate en la RAPS. Se indicaron recomendaciones que tienen como objetivo contribuir a la mejora de la calidad del cuidado ofrecido.
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