Caracterização da atividade laboral de trabalhadores informais em praia de Natal (RN) - Brasil
Labour activity of street vendors in a beach at Natal (RN-Brazil)
Cad. psicol. soc. trab; 18 (1), 2015
Publication year: 2015
Este artigo analisa os modos de organização de uma atividade laboral, especificamente a de vendedor ambulante, situada na economia informal em uma praia urbana do nordeste do Brasil. São analisados resultados de pesquisa de natureza quantitativa e qualitativa, oriundos de questionário e observações de campo, realizados com grupo de sessenta vendedores ambulantes na praia de Ponta Negra (Natal, RN). As informações oriundas dos questionários passaram por análises estatísticas descritivas e inferenciais e foram integradas à análise clínico-interpretativa. Evidenciou-se a construção de um contexto específico para o exercício de sua atividade, caracterizado por necessidade constante de superação de obstáculos, estabelecimento de relações de submissão e diferenciação em coletivos de trabalho e mobilização de diversas competências e habilidades apoiadas em conhecimentos práticos. Conclui-se que a informalidade, para além da precariedade, abarca aspectos comuns ao trabalho formal, o que a sitia como atividade laboral legítima, do ponto de vista psicossocial, permitindo ultrapassar a perspectiva de antinomia entre essas duas modalidades de atividade.
This article analyzes the ways of organization of a labor activity, specifically the street marketer, as example of informal economy in an urban beach in northeastern Brazil. Quantitative and qualitative research data issued from answers to a questionnaire and field observations of a group of sixty vendors from Ponta Negra Beach (Natal-RN) are discussed. Data from the questionnaires underwent descriptive and inferential statistical analyzes, which were crossed to clinical-interpretative analysis. Results showed the construction of a specific context for the exercise of their activity, characterized by constant need of overcoming obstacles, establishing relations of submission and differentiation in labor collectives and mobilization of diverse competencies, abilities and skills supported by practical knowledge. We conclude that informality goes beyond its insecurity and precarity, showing various aspects in common with formal work, which allows the consideration of informal work as legitimate labor activity, from a psychosocial point of view. This assumption allows to overcome the antinomy between these two modalities of labor activity.